Jornal Pires Rural - Há 13 anos revelando a agricultura familiar

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Dou-lhe uma, dou-lhe duas: Mogi-Mirim faz tradicional leilão de gado


Realizado constantemente às quintas-feiras o leilão de gado, promovido pelo Sindicato Rural Patronal de Mogi-Mirim, atrai compradores, vendedores, amigos, curiosos e emprega cerca de 50 pessoas a cada noite de lances. Atentos, os compradores parecem hipnotizados pela narração do leiloeiro, que carrega consigo a missão de descrever as características como: raça, peso (arroba), valor, prazo de pagamento, idade (ou era), de cada lote que entra na pista. Amparado por 3 auxiliares de pista, que ficam atentas a cada lance (sutil) dos compradores, elas comunicam-se através de uma linguagem própria, com sinais, gestos e sons característicos com o leiloeiro, que fica lá atrás do redondel. Como nos conta a auxiliar de pista Jaqueline de Alessandri Possi, há 21 anos nesse ramo; “Nossa função é ser uma “ponte” entre o leiloeiro e o comprador de gado. Para isso, somos um pouco artistas às vezes, para indicar que o lote está vendendo, quando na realidade não está, fazemos uma espécie de teatro”. Jaqueline, que tem uma agenda lotada de leilões durante a semana, trabalha em Franca, Casabranca e duas vezes em Mogi-Mirim, diz ter uma boa remuneração, mas não revela cifras e completa “a importância do leilão é a facilidade de juntar vários compradores, tendo a oportunidade de escolher entre diversos tipos de animais, num só local”.



A promotora de eventos do Sindicato Rural, Cristina Borgheti, é a responsável por checar os detalhes pra tudo dar certo na hora do leilão, “Na área de leilão somos pioneiros na região; nesse local, que pertence ao Sindicato, já são mais de 18 anos. O leilão acontece toda semana, todo ano e, acabou virando uma tradição. O Sindicato tem uma equipe que cuida de toda a documentação, corre atrás de vendedores e criadores, dando preferência aos cadastrados, porque temos certa responsabilidade e para evitar gado roubado. Ainda assim, o que vale mais na hora da venda é “fio do bigode”. Hoje, se chegar algum desconhecido, procuramos saber quem é ou quem trouxe e perguntamos: “você venderia para essa pessoa?”, caso contrário, só liberamos o gado se for pagamento à vista. Temos pessoas aqui de várias cidades como Itatiba, Campinas, Andradas, Limeira, São João da Boa Vista, Espírito Santo do Pinhal, Cosmópolis e abrangemos um raio de 150 km. Não somos uma região tradicionalmente pecuarista, mas somos um leilão familiar, onde o produtor vem com sua família se divertir e fazer negócios”.


Pelo outro lado está Nilson Carlos Sia, pecuarista, que sempre participa de leilões. Na noite de quinta-feira, em que a reportagem do Jornal Pires Rural esteve presente, Nilson levou alguns de seus animais para serem vendidos e nos contou um pouco de sua experiência como criador; “para nós, o Nelore é melhor para venda porque é mais procurado. Quando o cliente compra um tourinho Nelore para melhorar o gado dele, no ano quem vem, ela já pode trazer os bezerros aqui pra vender, o que já representa lucro. Vir aqui é bom para fazermos contatos, pois estamos próximos de todos os compradores e vendedores. No dia que não tem o leilão sentimos falta. Apesar do movimento nos leilões ter caído, esperamos que a tendência seja a volta do boi na região, porque a cana-de-açúcar esta ficando para trás”, prevê Nilson.

[Matéria publicada originalmente na edição 77, ano 5 do Jornal Pires Rural, 07/08/2009] Esse blog é dedicado as matérias que foram notícias há 9 anos atrás, publicadas nas edições impressas do Jornal Pires Rural. Um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores. Jornal Pires Rural - há 13 anos revelando a agricultura familiar.
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domingo, 1 de julho de 2018

Sistema Alternativo de Criação de galinhas caipiras - Embrapa Meio-Norte




A Embrapa Meio-Norte apresentou o sistema de criação de galinha caipira voltado para o produtor rural familiar, durante a Agrifam 2009 por meio do analista da Embrapa Meio-Norte, José Alves Câmara. O sistema trata-se de um trabalho onde são apresentadas recomendações técnicas e inovações tecnológicas, que viabilizam a criação de galinha caipira, tornando-a uma ave competitiva, inserindo-a no mercado de produtos agroecologicamente corretos, uma vez que pode ser criada com o uso racional dos recursos naturais renováveis. O sucesso da criação está na alimentação, exigências básicas de higiene e as boas práticas de abate.

Os brasileiros estão valorizando pratos tradicionais regionais, como o frango caipira, preparado conforme a cultura de cada canto do país. “ A galinha caipira tem ganho mercado em constante ampliação. Existe mercado e a demanda não está sendo suprida. Eu mesmo sou apreciador da carne de galinha caipira e em algumas épocas do ano tenho dificuldades para encontrá-la. Na nossa região (norte) os restaurantes estão se especializando no preparo da carne de galinha caipira e o produtor rural familiar não está dando conta de atender a demanda”, conta José Alves Câmara, analista da Embrapa Meio- Norte, especialista em culturas anuais.

Segundo o analista da Embrapa Meio-Norte, José Alves Câmara, este sistema se adequa somente a galinha caipira tradicional, a ave de canelinha fina, que atinge em média 1,5kg. Esse sistema foi planejado para o produtor rural familiar, então a alimentação das aves deve ser produzida com o reaproveitamento da produção da propriedade, ou seja, a ração comercial não é utilizada em nenhuma fase do desenvolvimento da ave. Câmara é categórico na afirmação, nenhum alimento comercial. “O produtor deve reaproveitar a produção da “fazenda”e comprar apenas as vacinas, porque se não for dessa forma a ave não será caipira, tampouco a produção se paga”, orienta Câmara.

O sucesso da criação está na alimentação, exigências básicas de higiene e as boas práticas de abate. Embora seja reconhecida como uma fonte de alimentos de alta qualidade protéica (carne e ovos), e tenha se transformado ao longo desse período em um dos pratos típicos conhecidos em todo o território brasileiro, a criação de galinhas caipiras é precária em termos zootécnicos, com prejuízo para sua produtividade.

A galinha caipira, Gallus gallus domesticus, pertence ao grupo de aves galiformes e fasianídeas, sendo encontrada em todos os continentes do planeta, com mais de 24 bilhões de cabeças (FUMIHITO et al., 1996; PERRINS, 2003). Introduzida na época do descobrimento do Brasil, originária de quatro ramos genealógicos distintos, o americano, o mediterrâneo, o inglês e o asiático, a galinha caipira não recebendo as práticas de manejo adequadas, adquiriu resistência a algumas doenças e ao clima local.

Através de acasalamento de todas as formas, inclusive consangüíneos, as galinhas caipiras atuais apresentam semelhanças com as principais raças que as originaram Andalusian (espanhola, ornamental de ovos brancos), Buff Phymouth Rock (americana, mista de ovos marrom), Silver Spangled Hamburgs (poedeira alemã, ornamental de ovos brancos), Australorp (australiana, corpo intermediário e ovos marrons), Columbian Wyandottes (americana, mista de ovos marrons), Assel (oriental e musculosa, ovos brancos e azuis), Partridge Phymouth Rock (americana, mista, de ovos marrons) e Brown Leghor (inglesa, poedeira de ovos brancos). As semelhanças se referem não somente em termos de plumagem e porte, mas também em carcaça.



Alimentação - Manejo nutricional
A alimentação representa cerca de 70 % do custo da produção das aves, principalmente porque as matérias-primas são largamente usadas tanto para criação de aves altamente tecnificadas quanto para o consumo humano. Portanto, devem-se buscar fontes alternativas de alimentos, principalmente energéticos e protéicos, como também de formulações que atendam às necessidades qualitativas e econômicas de produção da galinha caipira.

No caso das galinhas caipiras, não se tem interesse de acelerar o crescimento por meio de promotores como antibióticos e hormônios, e nem aumentar a digestibilidade e a eficiência digestiva por meio de enzimas e aminoácidos sintéticos. O desafio na criação de galinhas caipiras é tornar a produção mais eficiente com a diminuição dos custos com alimentação, sem perder as características dos seus produtos. A saída, então, seria se conhecer mais o potencial nutritivo que se tem em cada ecossistema, grãos, folhas, frutos etc., processá-los sem perdas, torná-los disponíveis sempre que necessário, e ofertá-los às aves de acordo com as necessidades e peculiaridades de cada fase de criação.

Grande maioria dos produtos que compõem a dieta das galinhas caipiras é de origem vegetal, portanto, a qualidade desses produtos depende do processamento, ambiente de origem (clima e solo) e da planta (espécie, tipo ou variedade e idade).


Apresentação e acondicionamento dos alimentos
O fornecimento de rações secas é recomendável, tendo em vista a facilidade de ocorrência de fermentação nos materiais úmidos, resultando em casos de doenças oportunistas. Para facilitar a digestão, os ingredientes após o devido processamento, desidratação e moagem são transformados em farelos e farinhas, podendo ser incluídos nas dietas, de acordo com o plano de alimentação estabelecido para o plantel.


Importância da água na alimentação das aves
O fornecimento de água para as aves deve ser feito em quantidade suficiente e com boa qualidade. Estima-se que as aves consomem de água o dobro da ração fornecida. A água de boa qualidade deve ser incolor, sem sabor, sem odor e livre de impurezas, devendo ser renovada diariamente. Os bebedouros devem estar sempre limpos e em locais e alturas que permitam o livre acesso das aves.


Tipos de alimentos
Os alimentos essencialmente energéticos são aqueles que apresentam, em mais de 90 % da matéria seca, elementos básicos fornecedores de energia. Podem ser utilizados em pequenas proporções (açúcar, gordura de aves, gordura bovina, melaço em pó, óleo de soja degomado ou bruto) ou em proporções maiores, como no caso da raiz de mandioca integral seca.

Os alimentos energéticos (com mais de 3.000 kcal/kg do alimento) também podem ser fornecedores de proteína, por exemplo, a quirera de arroz, a cevada em grão, o soro de leite seco, o grão de milho moído, o sorgo de baixo tanino, o trigo integral, o trigo mourisco, o triguilho e o triticale etc, mas só são considerados protéicos os alimentos com mais de 16 % de proteína bruta.

A fibra bruta é um elemento limitante na digestão dos alimentos. Portanto, devem ser fornecidos com cuidado, alimentos com mais de 6 % de fibra bruta. Alguns ingredientes energéticos, tais como o farelo de arroz integral, o farelo de amendoim, a aveia integral moída, o farelo de castanha de caju, a cevada em grão com casca, a polpa de citrus, o farelo de coco, a torta de dendê, o grão de guandu cozido, a raspa de mandioca, apesar de possuírem energia metabolizável acima de 2.600 kcal/kg, têm teor de fibra bruta acima de 6 %.

Alguns alimentos com menor energia (valor máximo de 2400 kcal/kg) e menor proteína (abaixo de 17 %) e com fibra bruta acima de 6 % são o farelo de algaroba, o farelo de arroz desengordurado, o farelo de polpa de caju, a casca de soja e o farelo de trigo.

Outro grupo de alimentos que tem alta fibra bruta (acima de 10 %), baixa energia (energia metabolizável menor que 2.400 kcal/kg) e uma razoável percentagem de proteína bruta (maior que 17 %), tais como o feno moído de alfafa, o farelo de algodão, o farelo de babaçu, o farelo de canola e o farelo de girassol devem ser incluídos criteriosamente na dieta das aves.

O leite desnatado em pó, a levedura seca, o glúten de milho, as farinhas de origem animal (de penas, vísceras e sangue), a soja cozida seca, a soja extrusada, alguns tipos de farelos de soja e a soja integral tostada são considerados alimentos mais completos por apresentarem elevado teor protéico (mais de 36% de proteína bruta) e energético (acima de 3.200 kcal/kg de alimento). Tais alimentos são usados como opções de ajuste nas dietas das aves.

Outros alimentos, ao mesmo tempo em que são altos fornecedores de proteína, também possuem elevada densidade mineral, tais como, as farinhas de carne e ossos e a farinha de peixe. Vale a pena ressaltar que esses últimos alimentos são incluídos em pequenas proporções nas dietas e podem ter suas composições bastante variadas.

A dieta balanceada tem que possuir ingredientes que supram as necessidades estruturais, produtivas e também influenciem na capacidade de absorção de nutrientes das aves. Tal função fica a cargo dos minerais como o cálcio, o fósforo e o sódio, que se encontram no calcário calcítico, fosfato bicálcico, fosfato monoamônio, farinha de ossos calcinada, farinha de ostras e sal comum.

Aditivos
Pouco utilizados em dietas de galinhas caipiras, uma vez que não se recomenda a inclusão de promotores de crescimento (antibióticos e hormônios), enzimas e aminoácidos sintéticos, pois além de influenciarem na qualidade dos produtos, aumentam também o custo de produção.

Para facilitar a captura de ração farelada pela ave, é aconselhável que sejam inseridos como aglutinantes das partículas aditivos como o óleo e açúcar em proporções que não comprometam o balanceamento da dieta.

O preparo das rações
A estrutura necessária para o preparo das rações compreende desde o local apropriado, que deve ser limpo e isento de qualquer tipo de contaminação, aos equipamentos moinho, balança e misturador. O responsável pela execução da atividade deve dominar os cálculos matemáticos para composição das dietas e a operacionalização dos equipamentos.

Conhecidas as proporções de cada ingrediente e estando os mesmos moídos e em estado próprio para o consumo, inicia-se a pesagem pelos ingredientes de menores quantidades, fazendo-se com eles uma mistura prévia, de modo a facilitar a sua distribuição uniforme na mistura total. .

Se a quantidade de ração a ser feita for pequena, podem-se misturar manualmente os ingredientes e utilizar o misturador somente para maiores quantidades. Recomenda-se que sejam verificados a uniformidade da mistura e se o tempo utilizado corresponde ao que se espera para a ocupação de mão-de-obra e gasto de energia.

No caso de matrizes em postura, recomenda-se o fornecimento diário de ração em torno de 6 % do peso vivo da ave, inclusive para o reprodutor. Essa quantidade manterá as aves bem alimentadas e sem risco de obesidade, mesmo que haja o consumo à vontade de folhas e frutos verdes.

Na fase de cria, os pintos necessitam de uma boa alimentação, que será a base para atingirem o desenvolvimento final desejável. Recomendam-se incluir nessa primeira dieta ingredientes de alta digestibilidade e evitar o fornecimento de frutos e folhas verdes, pois os animais estão com o aparelho digestivo imaturo. O consumo observado nessa fase de criação é de aproximadamente 1.040 g de ração por pinto.
Nas fases seguintes, estima-se um consumo médio de 2.540 e 3.430 g por ave para recria e engorda, respectivamente. Vários alimentos podem ser utilizados, podendo ocorrer o fornecimento sem restrição de frutos e folhas verdes, contanto que a mistura seja farelada e devidamente balanceada para as necessidades nutricionais de cada fase. Os comedouros devem estar sempre limpos e distribuídos em locais e alturas que permitam o acesso das aves aos alimentos.

Alimentos alternativos
Além dos grãos de milho moído e do farelo de soja, que são os mais largamente utilizados em dietas de frangos, pintos e galinhas, outras opções de alimentos podem ser utilizadas desde que tenham composição química adequada e sejam isentos de substâncias antinutricionais que dificultem a disgestibilidade e a absorção de nutrientes.

Essas alternativas alimentares geralmente resultam do processamento de produtos comestíveis, por isso são chamados de subprodutos. Também podem ser restos culturais da agricultura ou pecuária, tendo, geralmente, ocorrência sazonal (Fig. 01). Uma vez selecionados para compor a mistura dietética, devem ser limpos e processados, isentos de qualquer toxidade e perfeitamente apropriados para o consumo.

Essas alternativas alimentares geralmente resultam do processamento de produtos comestíveis, por isso são chamados de subprodutos. Também podem ser restos culturais da agricultura ou pecuária, tendo, geralmente, ocorrência sazonal. Uma vez selecionados para compor a mistura dietética, devem ser limpos e processados, isentos de qualquer toxidade e perfeitamente apropriados para o consumo.

sábado, 30 de junho de 2018

Cresce movimentos que discute soluções para a saída da crise da citricultura



Nesta safra (2008/2009), cada caixa de laranja custa R$ 1,60 para a fruta ser colhida e R$ 1,20 de frete até a porta da indústria processadora. O Fundecitrus, instituto de pesquisa do setor, recebe R$ 0,20 por caixa. Custo total: R$ 3. A indústria paga hoje cerca de R$ 3,70 por caixa. Portanto, sobram 70 centavos para despesas fixas, como mudas e agrotóxicos.
Os citricultores afirmam que a atividade é inviável. Ouve-se por aí, nas rodas de conversas, que tem citricultor fazendo de tudo para não ficar com a corda no pescoço. Andam dizendo que mesmo ficando apenas com 70 centavos houve quem arcasse com a colheita, mais o frete de duas carretas, levando até a indústria, que recusou receber a fruta e o citricultor foi obrigado a levar a carga pro lixão municipal. Outros mais atentos, dizem ver frentes de trabalho em propriedades de vizinhos colhendo a fruta ainda verde, mas esse, dizem eles, tem contrato e preferência pela indústria processadora. O desalento tomou conta dos pequenos citricultores.

Enquête
Encontros promovidos por citricultores, associações ou órgãos de extensão rural com autoridades do governo têm pipocado pelo estado de São Paulo para debater e procurar reagir contra a crise que dessa vez parece ter aleijado parte setor. Um desses encontro ocorreu em Cordeirópolis, dia 21 de julho, e João Sampaio, secretário de Agricultura do Estado de São Paulo esteve presente. Perguntamos à opinião de produtores rurais se eles acreditam que esses encontros possam resultar em medidas concretas para a atual crise do setor. Leia as respostas:

Robson Tetzner – “Sim! O encontro proporcionou a oportunidade de estarmos apresentado os problemas e dificuldades em nosso setor produtivo, do outro lado ouvimos autoridades do governo apresentarem suas propostas e medidas tomadas em relação à crise mundial. Assim sendo, uma aproximação de ambas partes, para chegarmos a uma solução ou, pelo menos, alternativas para enfrentarmos as dificuldades atuais. Gostaria de ressaltar a importância desta aproximação, pois temos dificuldades “da porteira para dentro” onde as autoridades governamentais nem sempre tem o real conhecimento e pelo lado deles há soluções que nós não sabemos”.

Valdomiro Rodrigues Ivers – “Nossa classe tem que fazer barulho, para que possamos ter chance de sobreviver à crise de um setor que quase sempre fez o Brasil fechar a balança comercial em superávit. Digo que encontros é um começo para fortalecer os elos perdidos do setor. Através dos representantes municipais, estaduais e federais, é a chance pedir-lhes socorro financeiro para que possamos sobreviver à crise e sairmos fortalecidos dela quando ela acabar. Há um ditado que diz "Quando a agricultura vai bem, a cidade vai bem". Achei bom!”.

Luiz Barbosa – “Reuniões de laranja até agora não vi nenhum resultado. Muito pelo contrário, até o pessoal que representa o meio falam que é melhor pensarmos em outra cultura. O problema da laranja não é só o greening é também o preço, mas com esse já estamos acostumados que a cada cinco anos ele abaixa. Agora o greening não tem controle, o controle é destruir o pé contaminado. Faz cinquenta anos que mechemos com laranja e não vejo nenhuma coisa boa daqui pra frente”.

Beba suco de laranja
O secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio, que espera ter uma solução parcial para a crise da citricultura, disse ao caderno de economia do jornal Estado de São Paulo do dia 3 de agosto que ainda em setembro, deve ser apresentado um seguro de indenização aos produtores que arrancaram os pés de laranja com greening. O governo estadual vai arcar com 60% e o federal com 40% do seguro.
Na próxima safra, os citricultores deverão pagar 30% do custo do prêmio. "Isso minimiza o problema” completou. Por outro lado o secretario espera uma contra-partida dos citricultores. “Os produtores devem se mobilizar para vender o suco processado no mercado interno". Ele deve estar se baseando que o brasileiro consome apenas11 litros de suco de laranja por ano. O secretário tem razão, é um mercado em potencial. "A laranja vem sendo substituída pelo refrigerante e outras frutas. O citricultor precisa fazer a sua parte. É fácil pegar a laranja, entregar na indústria e responsabilizá-la por encontrar comprador. Há linhas de crédito com juros de 3% ao ano para quem quer renovar o pomar ou montar uma pequena agroindústria", analisa Sampaio.

[Matéria publicada originalmente na edição 77, ano 5 do Jornal Pires Rural, 07/08/2009] Esse blog é dedicado as matérias que foram notícias há 9 anos atrás, publicadas nas edições impressas do Jornal Pires Rural. Um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores. Jornal Pires Rural - há 13 anos revelando a agricultura familiar.

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sexta-feira, 29 de junho de 2018

“Nós vereadores não podemos fazer nada por vocês (comerciantes e moradores da área rural)”, disse a vereadora Elza Sophia Tank Moya.

Em 2009, a Área rural de Limeira sofria uma onda alarmante de crimes, os moradores se reuniram naCâmara Municipal de Limeira pedindo socorro




Há exatamente um ano (agosto 2008), este veículo registrou uma matéria com a comerciante Célia Archângelo e o esposo, onde eles pediam socorro, em virtude dos assaltos que estavam ocorrendo na rodovia Limeira-Artur Nogueira. Segundo os comerciantes, naquele episódio pediram a intercedência de um vereador, e isso resultou no aumento do policiamento e na consequente diminuição dos roubos. Mas, como a medida foi paliativa, a incidência aumentou em muito e, desta vez, o grupo de comerciantes do bairro dos Frades, Pinhal e Pires foram até a Câmara Municipal de Limeira clamar por socorro e tiveram espaço de 15 minutos na tribuna livre no último dia 03. 

Atenção da Câmara e do Secretário Siddhartha Carneiro Leão.
O Secretário Siddhartha Carneiro Leão orientou os moradores a formarem um Conselho para que a Guarda Municipal possa elaborar um plano de esforços em conjunto e direcionar o efetivo para aquela região. A Guarda Municipal não possui armamento pesado, tampouco é responsável pelo policiamento por não tem poder de polícia. A comunidade justifica seu pedido para a Guarda porque diz receber maior atenção da mesma do que da Polícia Militar.”A Polícia Militar demora muito para chegar até o local. Ligamos para avisar da ocorrência de um seqüestro no morro e o atendente pediu para que fossemos até o local para verificar a ocorrência. Essa resposta nos tira do sério. Já a Guarda Municipal (Pelotão Ambiental) nos atende rapidamente, mas como eles não têm armamento, nós temos até receio de chamá-los e assistirmos a uma tragédia com um pai de família”, desabafa Adriano Miqueloto.

Dentre os problemas destacados pelo Secretário Siddhartha Carneiro Leão estão os 540 km² de área rural para serem percorridos com 5 carros, sendo que o policiamento preventivo não é competência da Guarda Municipal. A orientação é de discutir com a comunidade medidas que possam auxiliar na segurança da área rural.



Os comerciantes querem a reativação da Base do bairro do Pinhal. A resposta foi de que não há efetivo. A área rural sofre com a deficiência dos serviços de telefonia. Segundo Mário, a rodovia não dispõe de orelhões suficientes para o número de famílias residentes na área rural e, no caso de uso do celular, muitas vezes é necessário subir no topo de uma árvore para conseguir completar uma ligação.

Mas, ainda há uma frustração por parte do produtor rural, contribuinte do Sindicato Rural Patronal, entidade que adquiriu juntamente com os produtores rurais uma aeronave modelo ultraleve, com o objetivo de realizar um trabalho preventivo de segurança na área rural. Segundo o produtor rural D. L. que contribuiu para a aquisição da aeronave, ele nunca mais teve notícias do que possa ter acontecido com a mesma.Segundo o Secretário Siddhartha Carneiro Leão , a aeronave estava em condição irregular para uso profissional, tornando impossível a sua utilização para esse fim.

Adriano Miqueloto foi assaltado oito vezes nos últimos nove anos, sendo quatro delas neste ano. Segundo o comerciante, o indulto do Dia das Mães, Páscoa, e agora Dia dos Pais contribui em muito para a ação dos marginais. Afirma não acreditar no registro do Boletim de Ocorrência por ficar “marcado”.

O público presente queria voltar para casa com uma motivação e perguntaram aos vereadores o que podiam fazer por eles naquele momento. Foi quando a vereadora Elza Tank pediu a palavra e respondeu com toda a sinceridade: “Nós vereadores não podemos fazer nada por vocês”.

O vereador Raul Nilsen Filho intercedeu a favor dos comerciantes e facilitou o diálogo com o Secretário. Já o vereador Paulo Cezar Junqueira Hadich orientou o grupo de que o preço da segurança é a eterna vigilância. “O papel da comunidade é a eterna discussão do assunto, pois trata-se de um conjunto de fatores que levam a soluções com atitudes. O grupo não pode se dissolver na 3ª ou 4ª reunião”, afirmou Hadich.

Diante de qualquer furto ou roubo a orientação dos policiais é para fazer o Boletim de Ocorrência no posto policial da Policia Militar na Rua São Sebastião, no bairro da Boa Vista, na frente da escola Leovegildo. A Polícia Militar se comprometeu e estará intensificando o patrulhamento pelo trecho da vicinal onde os delitos estão ocorrendo, através das viaturas da força tática.



[Matéria publicada originalmente na edição 77, ano 5 do Jornal Pires Rural, 07/08/2009] Esse blog é dedicado as matérias que foram notícias há 9 anos atrás, publicadas nas edições impressas do Jornal Pires Rural. Um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores. Jornal Pires Rural - há 13 anos revelando a agricultura familiar.
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domingo, 5 de junho de 2016

Visitando a Ong Viva Pires:




Visitando a Ong Viva Pires:
Alunos do Sesi 149 estiveram visitando a Ong Viva Pires, 
na semana em que se comemora o meio ambiente. 
Lá eles puderam participar do projeto de educação ambiental, 
da oficina de compostagem, com foco na  importância
do reaproveitamento dos resíduos além, 
de uma visita a mata ciliar do ribeirão dos Pires para entendimento 
da importância das interações ecológicas. Saíram de lá todos alegre 
por mais essa experiência eco-prática.


Matéria publicada originalmente na edição 76 Jornal Pires Rural, 15/07/2009-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

A EDUCAÇÃO NA ZONA RURAL E A AGRICULTURA:




No Brasil, as Constituições até 1891 não contemplavam a educação da zona rural. Este tema só foi tratado a partir de 1934, isto porque o Brasil foi considerado um país de origem eminentemente agrária. Evidencia-se aí o descaso dos dirigentes com a educação do campo.
A taxa de escolaridade da juventude urbana ainda é 50% maior do que a da rural. Hoje, no Brasil, dos jovens que vivem no campo, a taxa de analfabetismo entre 15 e 29 anos chega a 9%. A maioria deles é homem e possui renda per capta abaixo de meio salário mínimo. Na cidade, o índice de analfabetos nessa faixa etária é bem menor: 2%. A diferença também está no tempo que esses jovens passam na escola. Enquanto na cidade homens e mulheres estudam, em média, 8,7 anos, no campo esse tempo cai para 6 anos.
Se a situação do ensino da zona rural melhorou nos últimos dez anos, mesmo assim, ainda não é a mais adequada. Muitos estudantes do ensino médio ainda precisam se deslocar até a cidade para assistir às aulas, fator que não só tem desestimulado os jovens como contribuído para o êxodo rural. A escola no meio urbano certamente não está preparada para este aluno; vai ter conteúdo voltado para a situação da cidade e não do campo.
Mas não são apenas as poucas escolas na zona rural que limitam o acesso dos jovens do campo à educação. Transportes precários e falta de infra-estrutura também dificultam a vida de quem quer aprender.
É preciso que se preserve os saberes do campo, que são fundamentais para que a própria família entenda e veja naquilo, naquela estrutura escolar, uma coisa poderosa para ajudar na sua vida.
Temos enormes potencialidades produtivas, tanto na agricultura como na pecuária; se soubéssemos explorá-las racionalmente, elas nos permitiriam gerar as riquezas que tanto necessitamos para reduzir a  pobreza  rural e também para solucionar  vários dos  nossos grandes problemas nacionais.
Dispomos de tecnologias e experiências bem-sucedidas que são necessários para fazer uma muito eficiente produção, transformação e comercialização de produtos agropecuários. Infelizmente tais conhecimentos estão sendo adotados apenas por uma minoria de produtores rurais mais eficientes. Tal exclusão é solucionável porque muitas das mencionadas tecnologias e experiências são de baixo custo e fácil adoção; e graças a essas características, poderiam e deveriam estar beneficiando todos os produtores rurais do país. Temos à nossa disposição quase todos os requisitos necessários para fazer uma agricultura que, ao ser muito mais eficiente e mais produtiva, poderia gerar as riquezas que tanto necessitamos. Mas a maioria dos nossos agricultores não possui as competências necessárias para corrigir as suas próprias ineficiências produtivas, gerenciais e comerciais, pois lhes faltam conhecimentos, habilidades, atitudes e até valores orientados ao empreendedorismo e ao autodesenvolvimento. E é principalmente por esta razão que muitos deles são tão dependentes do paternalismo estatal porque os conhecimentos que os seus pais lhes transmitiram já estão desatualizados e são insuficientes para que eles possam sobreviver economicamente na agricultura moderna e globalizada; porque as escolas fundamentais rurais, que normalmente são a única oportunidade de aprender algo útil para a vida e o trabalho no campo, ensinam às crianças muitos conteúdos irrelevantes que em pouco ou nada contribuem a que eles se tornem produtores, administradores das suas propriedades e comercializadores das suas colheitas; porque os serviços estatais de extensão rural estão contaminados pelas interferências político-partidárias, burocratizados e excessivamente centralizados; porque, com poucas exceções de louváveis iniciativas inovadoras, as faculdades de ciências agrárias estão excessivamente urbanizadas e desconectadas da realidade concreta dos produtores rurais e dos potenciais empregadores dos seus egressos, com uma formação divorciada das necessidades dos agricultores e dos empregadores. O desemprego nesta área existe não necessariamente porque a demanda é insuficiente e sim porque a oferta das faculdades é inadequada às reais necessidades dos demandantes do mundo moderno.
Corrigir as distorções e ineficiências deve ser a grande prioridade. Enquanto não introduzirmos as modificações necessárias no nosso sistema de educação rural, todos os grandes projetos de combate à pobreza rural continuarão fracassando e os gigantescos recursos neles aplicados continuarão sendo desperdiçados, pela razão de que os afetados pela pobreza rural não podem solucionar os seus problemas muitíssimo mais devido à inadequação e insuficiência de seus conhecimentos que à suposta insuficiência dos seus recursos materiais e financeiros.


Matéria publicada originalmente na edição 76 Jornal Pires Rural, 15/07/2009-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

Citricultura Paulista:

Marcos Souto Urso

O engenheiro agrônomo Marcos Souto Urso inicia a coluna mensal “Citricultura Paulista”, que pretende traçar um panorama do atual cenário da atividade. Valendo-se da história e de experiência do cultivo de citros está coluna pretende ser mais uma ferramenta na mão do produtor rural. Dicas sobre temas, críticas ou sugestões podem ser enviadas para a redação do jornal Pires Rural, através do e-mail: jornal@dospires.com.br. Boa leitura! 



Matéria publicada originalmente na edição 76 Jornal Pires Rural, 15/07/2009-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

5° Encontro para o Desenvolvimento Rural Sustentável:

Foi realizado no dia 26 de junho, na cidade de Artur Nogueira, o 5° Encontro para o Desenvolvimento Rural Sustentável. Apoiado pela CATI – EDR Mogi-Mirim – com parceria do Grupo Gestor de Integração e Planejamento ligado à  prefeitura do município. Foram convidados mais de 700 produtores rurais que, ao longo do dia,  puderam conferir técnicas de subsolagem, curvas de níveis, amostras de solo, além da realização de debates entre os presentes, sobre temas que envolvem a agricultura. Para José Antônio Bertaglia Sobrinho que esteve presente no 3° Encontro de 2007 e que agora retorna para adquirir maior conhecimento. Ele conta “Daquela vez, foi explicado como fazer um bom terraceamento; nesse aqui, teve explicação de como retirar amostras de solo para análises. Falaram também como devemos agregar valores aos nossos produtos”. José ainda disse que participa de eventos como esse “para aprender mais e buscar uma solução” para melhorar o sustento com o trabalho do sítio.
No final do evento, divididos em grupos, os agricultores explanaram suas discussões sobre os temas abordados e apresentaram também as soluções que enxergaram para cada item (veja texto ao lado).
Também estava participando do 5° Encontro para o Desenvolvimento Rural Sustentável, o prefeito de Artur Nogueira, Marcelo Capelini, que ouviu com atenção a explanação de cada produtor rural e logo em seguida dirigiu a palavra aos presentes, dizendo como o poder publico vai trabalhar para ver a união dos produtores rurais.

 Marcelo Capelini


O prefeito Marcelo Capelini concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Pires Rural, onde falou que quer transformar a cidade de Artur Nogueira em celeiro para abastecer a região metropolitana de Campinas; leia a seguir trechos dessa entrevista;

JORNAL PIRES RURAL: Sendo o atual prefeito de uma cidade essencialmente agrícola, como o Sr. enxerga os temas discutidos aqui pelos produtores rurais?
MARCELO CAPELINI: Procuro analisar Artur Nogueira pelo contexto em que ela se encontra. Estamos localizados em um ponto onde  as cidades a nossa volta estão no mínimo a 10 km. Isso é viver numa região metropolitana, facilita a busca por peças e serviços e, também gera demanda por produtos agrícolas. Se  não fizermos a opção por ter um crescimento controlado, Artur Nogueira vai perder a parcela rural e virar tudo zona urbana. Acho que é o momento, não só em relação à Artur Nogueira, de se perguntar: o que queremos para a nossa cidade?

JORNAL PIRES RURAL: Como o Sr. trata esse tema?
MARCELO CAPELINI: Estou tentando não descaracterizar a condição rural do município. As duas vertentes, rural e urbano, existem e se completam. Quero buscar um investimento industrial de maneira estruturada, não adianta trazer uma indústria e criar uma demanda de 100 ou mil moradias sem estruturas, para depois ter que arcar com saneamento básico e qualidade de vida para as pessoas. Sai muito mais em conta, pela nossa característica agrícola, investir em mão-de-obra para esse setor do que capacitar trabalhadores para o setor industrial. O Brasil não diz querer ser o celeiro do mundo? Então, eu quero que Artur Nogueira, seja o celeiro da região metropolitana de Campinas (RMC).

JORNAL PIRES RURAL: De que forma o Sr. pretende alcançar esse objetivo?
MARCELO CAPELINI: Como eu disse agora há pouco, faço um governo pensando em 2020. E pra isso, é preciso tomar atitudes agora pensando nesse futuro. A região metropolitana de Campinas “importa” comida de outros estados. Por que não produzir alimentos de qualidade aqui em Artur Nogueira?. Temos que cuidar de nossas terras porque elas são boas para a produção de alimentos. Para isso nós precisamos que os produtores rurais percam o medo de investir, achando que irão perder a terra. Isso só acontece se for sozinho. Se for um movimento ordenado, conjunto, um protege o outro.

JORNAL PIRES RURAL: Seu governo pretende apoiar o produtor rural? De que maneira?
MARCELO CAPELINI: Vamos buscar investimentos conjuntos. Vamos buscar carteira de produção com qualidade e gestão de produção e através do governo fazer a inserção desses produtos no mercado. Se eu juntar os nogueirenses, organizações da sociedade civil, organismos públicos e elaborarmos um plano para as soluções de problemas, podemos ter um município transformado na indústria da agricultura.

JORNAL PIRES RURAL: Qual é o norte a seguir para a sustentabilidade dos produtores rurais?
MARCELO CAPELINI: É implantar em Artur Nogueira o cooperativismo da produção agrícola. Tenho certeza que se investirmos na produção agrícola vamos melhorar a geração de emprego no município. Então, a nossa condição de investir em produção de qualidade, busca de tecnologia para produção o ano todo, é  investir na união do produtor,  para a montagem de uma cooperativa para buscar grandes mercados. O importante é a união para iniciar a parceria com a prefeitura. Mas, a barreira está  no produtor, não no governo. Por enquanto, eu vejo que eles não querem se unir, querem ficar sozinhos.

JORNAL PIRES RURAL: Mas isso é viável?

MARCELO CAPELINI: Sim, é viável. Existem  muitas informações que comprovam que o associativismo, cooperativismo, ou seja, a luta conjunta é a saída para se produzir com qualidade, ganhando mais e vendendo tudo. A pessoa sozinha vai apresentar problemas e reclamar do governo. É preciso parar de reclamar do governo e participar do governo. O evento de hoje (5° Encontro para o Desenvolvimento Rural Sustentável) é uma ação do meu governo, que abre espaço para as pessoas manifestarem suas críticas. No momento que a pessoa traz a fúria do protesto, também traz a discussão do problema. Porque a solução não está  no governo, ele apenas faz a integração da sociedade. É quem gira a manivela do motor, representado pela sociedade. É o que estamos tentando fazer.


Matéria publicada originalmente na edição 76 Jornal Pires Rural, 15/07/2009-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

sábado, 21 de maio de 2016

Grupo de Artur Nogueira visita granja caipira de Limeira



Grupo de Artur Nogueira visita granja caipira de Limeira

A engenheira agrônoma responsável pela CATI de Artur Nogueira, Roseli Paes solicitou uma visita a uma granja de criação de aves no sistema caipira com o intermédio da Ong Viva Pires. Na ocasião cerca de 30 interessados estiveram presente na Ong para em seguida se dirigir ao local da granja. Chegando à propriedade de Zelinda Costa Ferreira, ela contou como é o seu procedimento no cuidado com as aves onde cria desde pintinhos até a engorda para revenda. No grupo estava presente o veterinário Dr. Alexandre Pissarra Scatena que esta fomentando um grupo para a futura formação de uma associação que terá o objetivo de criar e vender as aves ao mercado da região. No sítio, houve muita conversa sobre o sistema de criação de aves e os possíveis caminhos que poderiam seguir na regulamentação do grupo. Quem quiser saber mais detalhes desse grupo pode entrar em contato com a Casa de agricultura de Artur Nogueira pelo fone (19) 3877-1070 ou email: ca.arturnogueira@cati.sp.gov.br.

Matéria publicada originalmente na edição 75 Jornal Pires Rural, 15/06/2009-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

Milho transgênico ou convencional? Qual é o melhor para o produtor?




Liberado para plantio pelo Governo Federal através de normas impostas pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, maior autoridade em biossegurança do país) o milho de tecnologia Bt (sigla para Bacillus thuriengensis), pela qual um gene não existente na planta é inserido no DNA de algumas variedades de milho está sendo plantado pela primeira vez no município de Limeira.

De acordo com Gilberto Carlini da Carlini Assessoria em Agronegocios de Artur Nogueira, “Quem plantou milho transgênico em nossa região está fazendo testes com o produto, pois será a primeira safra com esse grão. Acredito que houve uma adesão de 9 a 10% de produtores a essa tecnologia. Em minha opinião, o produtor vai se dar bem e não vai querer trocar porque ele rende 20% a mais. Esse milho chega num momento em que o produtor esta descapitalizado, quem tem laranja sofre com o preço de venda, quem plantou milho sofre com a alta no preço dos adubos”.



Visitamos uma propriedade no bairro Nova Campinas, área rural de Limeira, divisa com Cosmópolis, e lá encontramos o agricultor Neuton Bratfisch que contou sua recém experiência com o milho de tecnologia Bt. São ao todo 46 anos lidando com a roça de milho e há 16 anos fazendo plantio direto em uma área vizinha a sua residência. Neuton plantou 50 alqueires de milho transgênico e 6 alqueires de milho convencional como borda, seguindo as normas passadas pelos fornecedores de sementes. Na hora da colheita, foram misturadas as duas variedades e entregue a um comprador de Sumaré. Ele conta, “eu uso adubo comum, plantadeira comum, tudo o meu negocio é comum. Estamos no sistema antigo, não fazemos aplicação de venenos e esse ano não foi diferente, tive uma quebra de 100 sacos no milho convencional e zero no transgênico. Estou calculando que gastei cerca de R$12,00 para produzir cada saco. O milho colhido é robusto, bonito, um ótimo resultado de 400 sacos por alqueires, enquanto do outro foi 340”.
Neuton está bem contente com o resultado obtido com a nova variedade, espera plantar novamente na próxima safra. Na opinião do consultor Gilberto Carlini diz “ao meu ver não existe outro caminho, se o produtor quiser ter ganhos. Quem não plantar (a variedade de milho Trangênico) em 3 anos está fora do mercado. Não terá uma safra rentável e nem sucesso economicamente”.

Ação transgênica
A missão dessa nova tecnologia é que a proteína Bt possa criar toxinas inseticidas que matam três tipos de lagarta quando elas ingerem qualquer parte da planta. Mas o assunto se torna polêmico quando levanta questões que a tecnologia promete reduzir o número de aplicações de veneno nas lavouras, e os riscos sobre os milhões de toneladas que não são transgenicos e vão entrar na cadeia de produção de alimentos.
Um problema detectado na lavoura foi o risco real de contaminação de plantações convencionais ou orgânicas por plantas transgênicas. A possibilidade de uma planta polinizar outra cria dúvidas sobre as garantias reais de que a lavoura convencional não receberá pólen transgênico.
O assunto traz também uma enorme ameaça para boa parte da indústria de alimentos, cujo esforço tem sido de evitar a rotulagem de seus produtos com o selo indicador de existência de transgênico, se enquadrando nos limites de até 1% de organismos geneticamente modificados (OGM) na composição dos alimentos processados.
O tema ainda envolve risco de perda de contratos (o que já ocorreu com produtores de soja) e até o direito de produtores que não queiram adotar a tecnologia de companhias multinacionais de biotecnologia, como Monsanto, Syngenta, Bayer e outras.

Milho foi proibido na Alemanhã
O milho Bt Mon 810, tecnologia de propriedade da multinacional Monsanto, teve a autorização de cultivo revogada recentemente na Alemanha. Esse foi o sexto país da União Europeia, região que já havia aprovado o uso da tecnologia, a revogar a autorização para o plantio. Além de proibido em solo alemão, a autorização para o cultivo também foi suspensa em Luxemburgo, Hungria, Áustria, Grécia e França. O milho vetado pelo governo alemão possui o mesmo gene inserido no DNA de variedades de milho cultivado neste momento no Brasil. Em algumas regiões do Paraná, o plantio de milho com a tecnologia atingiu 40% da área plantada.

A verdade é que não há tecnologia nova livre de risco. A biotecnologia agrícola tem mostrado até agora que seus benefícios superam seus riscos, com um detalhe, como cada transgênico é diferente do outro, o passado não garante o futuro.


Matéria publicada originalmente na edição 75 Jornal Pires Rural, 15/06/2009-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

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