João e Valdir, diretores da APAL
Desde 2005 a Associação de Produtores Agrícolas de Limeira
(APAL) vem batalhando para elevar o nível de vida dos agricultores associados
através da ajuda da Prefeitura de Limeira e recursos de programas estaduais como
o oferecido pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI).
Segundo o atual presidente da associação, o produtor rural
João Fischer, morador do bairro dos Frades, “a ideia de montar a associação
partiu de um grupo de agricultores que estavam fazendo um curso na Casa de
Agricultura, em 2005. Pensávamos que a solução iria acontecer de imediato e já
iria dobrar o preço das mercadorias”, relembra João citando que a vontade era tanta
em atender de forma rápida as necessidades dos agricultores na época que o
tempo foi passando e as burocracias com a papelada da associação aumentando,
somando as falsas promessas políticas desanimando aquele grupo unido
inicialmente.
Hoje, 8 anos após sua implantação, a APAL acabou de ser
contemplada com recursos de um projeto orçado no valor de R$287 mil, a fundo
perdido. Sendo que 30% desse valor ficará por conta dos associados. O projeto está
inscrito no “Programa Estadual Microbacias II: Acesso ao mercado”, da CATI e tem
como objetivo a implantação de um entreposto comercial para agregar valor aos
produtos dos agricultores e comercializá-los na região de Limeira. Sendo que
isso ratificará a melhoria na relação custo benefício para fornecedores e
compradores, pois os associados são todos agricultores familiares que terão a
chance de aumentar sua representatividade frente ao mercado.
Conforme o relato do presidente da APAL chegar nesse ponto
não foi muito fácil, “É tudo muito burocrático. Tivemos que mexer algumas vezes
no estatuto, tentamos pleitear um espaço na Incubadora de Limeira e quando isso
foi aprovado, metade do grupo já tinha abandonado a associação. Aí ficamos num
impasse e decidimos que não era hora de pegarmos nenhum compromisso maior do
que nós já tínhamos com as nossas lavouras. Já estava fazendo dois anos de
associação e tudo estava patinando. O presidente pediu renuncia, contas
vencendo, cheque voltando e quase ninguém estava contribuindo. Foi quando um
engenheiro agrônomo, amigo nosso nos deu a maior força para continuarmos e
conseguimos mais oito sócios. Hoje somos 30 associados e praticamente todos do
bairro dos Frades”, explicou João.
Atualmente, os produtos oferecidos pela APAL em maior
quantidade são os Cítricos (laranja de mesa, tangerina ponkan, limão taiti,
limão siciliano) o abacate, o quiabo, o milho e a mandioca que são produtos
consumidos semanalmente pelos varejos da região.
A associação, devido aos seus fins legais, não pode ter
lucro. Então, do dinheiro arrecadado entre os sócios e das vendas do
entreposto, ficará com a associação somente o valor necessário para cobrir as
despesas fixas e variáveis, bem como uma reserva emergencial.
O valor do projeto ainda contempla toda estrutura de um
barracão que servirá de entreposto, uma balança rodoviária de 60 toneladas, máquina
de embalagens, móveis de escritório, poço artesiano, fossa biodigestora, câmara
fria, além de registro da marca e um site da APAL. João diz: “nós associados
pagamos pelo projeto mais de R$9 mil, para poder apresentar a CATI e tentar
esses recursos pelo programa Microbacias II. Recebemos a visita de engenheiros
da CATI que tinham algumas dúvidas para esclarecer. Eles nos deram uma nota 7 e
agora o projeto está na mão do diretor do programa para assinatura. Se tudo
ocorrer bem até a segunda quinzena de maio teremos a resposta”.
O pensamento de todos os associados que também está unida pelos laços da igreja de São Francisco dos Frades, é um só resumido nas palavras de João Fischer “queremos com tudo isso continuar na roça fabricando alimentos, conseguir preços justos pra que ninguém vá para arrendamento de cana-de-açúcar. Estamos também recebendo novos produtores que se interessarem em fazer parte da associação, queremos aumentar os produtos oferecidos, principalmente verduras e legumes porque o prefeito de Limeira e o secretário de agricultura já nos procuraram para ofertar alimentos da agricultura familiar à merenda escolar de Limeira, só quem está organizado poderá vender”.
[Matéria publicada originalmente na edição 127 do Jornal Pires Rural, 03/04/2013 - www.dospires.com.br]
Capa da edição 127 do Jornal Pires Rural - 03/04/2013
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