Jornal Pires Rural - Há 13 anos revelando a agricultura familiar

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Momento delicado da citricultura e seus desafios e perspectivas



Maurício Lemos Mendes (foto) da Agra FNP teve a difícil tarefa em levantar o moral da citricultura na 35ª Semana de Citricultura, realizada em Cordeirópolis no Centro de Citricultura Sylvio Moreira, no início do mês de junho.
Em suas primeiras palavras, Maurício Mendes,  parabenizou o Centro de Pesquisa por manter durante 35 anos ativa a Semana de Citricultura e disse estar num ano complicado para o setor existindo um clima de preocupação e desanimo dos produtores e quer deixar todos animados com os dados abordados. O foco abordado em sua palestra foi mostrar como tudo ocorreu para chegar ao momento atual e o que espera para o futuro.

Do começo ao fim
Segundo a sua abordagem, Maurício descreve que as grandes mudanças nos últimos 20 anos começou com os furacões do segundo semestre de 2004 na Flórida, Estados Unidos, “isso teve como consequência a queda das frutas e o arranquio de plantas, espalhando o cancro cítrico e o greening por toda a Flórida”. De acordo com ele foi o marco inicial do “advento do greening nas duas principais localidades mundiais de produção de laranja: Flórida e São Paulo”, mudando todo cenário da citricultura. Outro fato importante desse período foi a perda de área plantada com citros e a mudança da geografia da citricultura no estado de SP passando a ser cultivada nas extremidades sul e sudoeste e voltando ao norte depois do ataque de CVC porém a região está mais protegida do greening. Esse panorama provocou a mudança no sistema de produção com a elevação no custo das operações mecanizadas, na quantidade de aplicação de insumos, na elevação do custo de mão-de-obra, para a colheita, tendo que concorrer com outras culturas e com a construção civil, indústria e comércio aumentando o custo de investimento nos pomares.

As notícias boas
Nosso potencial de mercado interno é muito grande. Se transformarmos as 100 milhões de caixas que ficam no país em suco teremos 400 mil toneladas da bebida. Mauricio aponta que “desde 2005, 50 milhões de pessoas deixaram classes sócias mais baixas (D,E) e aumentaram o consumo em todas as ordens. Acredito que o suco de laranja deveria aproveitar essa oportunidade. 400 mil toneladas da bebida, nenhum país importa essa quantidade. O que temos que fazer é sair de uma produção precária para oferecer um produto de qualidade ao nosso mercado. Repito, suco de qualidade! Não dá para tomar o que esta sendo oferecido aí, porque isso não é suco de laranja”.
Com a constante queda na oferta de laranja mundial, em torno de 40%, cerca de 1.500 milhão de tonelada de caixas Maurício acredita que isso soe positivo porque “se houver uma recuperação da economia nos Estados Unidos podendo haver um aumento no consumo de suco aí o mercado passará a ser demandante novamente”, disse.

Os 4 principais desafios:
Controle do greening e cancro cítrico
Preços correspondentes com o mercado e ao custo de produção
Produção acima de mil caixas por hectare para ser rentável
Estimular o consumo de suco tanto no mercado interno quanto externo 

Painel da exposição estimulando os citricultores



Capa da edição 132 do Jornal Pires Rural


[Matéria publicada originalmente na edição 132 do Jornal Pires Rural, 17/06/2013 - www.dospires.com.br]

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