Jornal Pires Rural - Há 13 anos revelando a agricultura familiar

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Geração "nem-nem" (nem trabalha, nem estuda)

A geração de jovens "nem-nem" é motivo de preocupação, pois se trata de 17% da população, são jovens de 18 a 24 anos. O Terceiro "nem" está entre a maior delas visto que os jovens não têm procurado trabalho, portanto, não estão dentro do mercado da população economicamente ativa. Este grupo é fortemente formado por mulheres, 3/4, (10% delas mães) é composto por jovens que ficam em casa. Ainda é muito difícil definir o que faz com que essas jovens permaneçam em casa, se trata de uma questão cultural, se o mercado de trabalho é mais difícil para elas, ou seja, as pesquisas existentes não fazem perguntas que permitem revelar esses dados mais específicos.
Mesmo havendo um declínio demográfico da população jovem no Brasil, pois estamos envelhecendo e as famílias diminuíram, o número de jovens que não entram para o mercado de trabalho triplicou nos últimos dez anos. A preocupação dos pesquisadores é o desinteresse por cursos profissionalizantes; 80% da população "nem- nem- nem" nunca frequentou um curso de capacitação profissional. Esse grupo não está à procura de emprego, respondendo muito pouco às exigências do mercado de trabalho. Esse dado se enquadra numa questão social, representado por pessoas de baixa escolaridade, e de famílias muito pobres com menos capacidade econômica de sustentar os jovens em casa. Conclui-se que esses jovens serão dependentes da transferência de renda do governo e estão mais disponíveis a criminalidade.Na contramão temos um mercado de trabalho capaz de absorver esses jovens, pois dos jovens ocupados 63% têm carteira assinada, contra 40% de dez anos atrás. Aquele que consegue estar no mercado de trabalho acompanha as mudanças que estão ocorrendo. A área de serviços tem sido a que mais absorve mão de obra jovem.O Censo Escolar de 2011 (Inep) mostrou que dois milhões de jovens brasileiros de 15 a 17 anos estão fora do ensino médio. Os jovens abandonam os estudos por muitos fatores como falta de estímulo, necessidade de obter uma renda; ambiente familiar com baixa escolaridade e com poucas oportunidades de ampliação do repertório cultural; aspectos comportamentais como baixa motivação para o autodesenvolvimento e falta de um projeto de vida; e reprovação. No caso das meninas, a gravidez precoce também é um fator de abandono escolar. Como resultado, no Brasil constatamos o crescimento dessa geração "nem-nem-nem". Por sua baixa qualificação, esses jovens acabam não se colocando bem no mercado de trabalho, com o passar dos anos, tem mais dificuldade para permanecer.


Capa da edição 135 do Jornal Pires Rural


[Editorial publicado originalmente na edição 135 do Jornal Pires Rural, 06/08/2013 - www.dospires.com.br]

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