Jornal Pires Rural - Há 13 anos revelando a agricultura familiar

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Técnica artesanal no plantio de mudas




Vivendo e aprendendo é o lema de muitos, principalmente na área agrícola. Aqui no bairro dos Pires constatamos isso na produção de mudas de árvores do Sr. Mário Meneguetti, que nasceu no bairro e sempre trabalhou em contato com a terra. Em seu viveiro de mudas, encontramos mais de 80 espécies como Guarantãs, Cabriúva, Imbaúba e Cedro, só para citar árvores que são consideradas madeiras de lei. O aprendizado para a produção dessas mudas Sr. Mário foi amigo do tempo e da paciência. “No começo eu não sabia muito, aí descobria uma coisa aqui iam me dizendo outra ali, fui experimentando. Com o Jequitibá, quando germina,  temos que ajudá-lo a nascer, praticamente”. Sr. Mário costuma ir a matas fechadas atrás de sementes por onde passa vai memorizando as espécies do lugar e depois volta buscá-las. O conhecimento medicinal de algumas espécies também veio com os anos. Por exemplo, ele cita a Flor de Abril, segundo ele, o fruto ajuda no alívio de dores musculares e mau jeito e a Guaçatonga ele usa “para fazer remédio”. Muitas pessoas já lhe aconselharam a montar um viveiro só com plantas medicinais, mas conta que, hoje em dia, “pouca gente sabe fazer um chá. Imagina ter a paciência de fazer remédios com plantas, que dão trabalho. Depois vão me culpar se algo der errado”.
Existem, em seu viveiro, algumas plantas que atraem muitos pássaros, como a Amoreira Preta, ele conta que, “o Sabiá adora, sai a maior briga quando ela esta carregada de frutas. Ela tem uma semente muito melindrosa, se não colher e semear em três dias perde tudo”, garante. Outras espécies que os pássaros gostam é o Jambinho, Aroeira Pimenteira, Aroeira Salsa e Preta, além da Cereja do Rio Grande e o Jacateá, uma espécie de mamão do mato.
Para fazer as mudas, Sr. Mário usa embalagens de “longa vida”, reciclado, e saquinhos plásticos para semeadura que preenche com terra, esterco e calcário. “Com esse tempo seco tem que molhar todo dia. Mesmo tendo 70% de telado acontece de queimar algumas já semeadas”, relata. Além de espécies de árvores ornamentais, frutíferas e madeira de lei, Sr. Mário cultiva algumas flores que são cheias de segredos para conseguir brotação “teve uma espécie que me deu o maior trabalho. Acordei uma hora da manhã, coloquei as estacas todas do mesmo tamanho numa solução, pra ali ficarem 8 horas, e quando foi nove da manhã fui plantando nos saquinhos que tinha enchido um dia antes. Agora elas estão começando a brotar. O ano passado eu plantei 380 mudas sem saber como era. Aí só vingou umas 30 e, dessas trinta, eu só tenho uma. Às vezes vamos fazendo testes, pra ver o que dá certo. Tem planta que não quero mais como a Aroeira Pimenteira, ela me dá alergia, e tem outras que me encantam como a Flor da China e outras que nem sei o nome. Por exemplo, essa aqui minha filha tava caminhando achou diferente e me trouxe, até agora ninguém sabe dizer o que é”.

Entre seus clientes estão amantes da natureza, renomados paisagistas que fazem projetos em diversos países como Japão e França, proprietários de chácaras, biólogos e agrônomos que trabalham em projetos de reflorestamento pelo Brasil.



Matéria publicada originalmente na edição 49 Jornal Pires Rural, 31/08/2007-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. 
Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

sábado, 14 de novembro de 2015

Movimento Viva Pires

No último dia 18, aconteceu, na sede Ong Viva Pires, a reunião do Coletivo Educador Sustentável margem esquerda ( o município é dividido em margem direita e esquerda do ribeirão Tatu e Barroca Funda), envolvendo o grupo da margem esquerda e representantes de condomínios do bairro dos Pires, com o objetivo de traçar metas de compromisso no bairro com medidas concretas para o meio ambiente.
O coletivo município educador sustentável é um acordo estabelecido entre governos federal e municipal, Unicamp e sociedade civil. O grupo Movimento Viva Pires faz parte de um trabalho exemplificador para a área rural de Limeira dentro do coletivo município educador sustentável. Dentro da proposta, na reunião semanal, aconteceu no dia 24 na chácara Aroeira, de propriedade dos biólogos e produtores da agricultura natural,  Léo Campos Ferreira e Iara Fonseca, uma oficina de compostagem para o Movimento Viva Pires.
“ A compostagem é o reaproveitamento de podas, grama, lixo orgânico e esterco. Pode ser produzido por todos. Trata-se de custo zero, portanto seria um desperdício descartar todo esse material para as lixeiras; a reutilização desse lixo é sinônimo de economia para quem produz jardins, hortas”, afirma Leo.

A proposta do Movimento Viva Pires é executar o projeto para adotar medidas com compromisso para o meio ambiente no bairro dos Pires, pautada em conhecimento com profissionais capacitados.



Matéria publicada originalmente na edição 49 Jornal Pires Rural, 31/08/2007-www.dospires.com.br]
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Engenheiro Coelho - Capital Nacional da Mandioca




Acontecendo desde 2000, a Festa da Mandioca de Engenheiro Coelho está em sua 6ª edição, organizada para o lazer de seus moradores e para agradar os produtores, negociantes e vendedores ligados ao ciclo da mandioca da cidade e região. Festa gratuita, de caráter popular e tradicional, inscrita no calendário estadual, traz para o público uma gama de shows de forró, sertanejo e rock, atraindo cerca de 10.000 pessoas entre os dias 15 e 16 de setembro. Junto com os mandioqueiros a Prefeitura de Engenheiro Coelho ajuda a organizar a festa, tendo Rangel Felix, assessor do prefeito Mariano, como peça chave em sua organização.
A área do evento conta com palco para shows, diversas barracas de produtos variados, parque de diversão e a famosa barraca da mandioca que serve desde biscoitos, tapioca, caldinho de mandioca até a deliciosa vaca atolada.
Felix nos conta que durante o ciclo da mandioca mais de 5000 pessoas são atraídas para a cidade, de todo o canto do Brasil, “principalmente do sul de Minas Gerais, Paraíba e Bahia, levando daqui em torno de 3 a 4 toneladas por final de semana”, diz. “A mandioca foi escolhida como tema para a festa porque é um produto de ótima aceitação em nossa cidade, além de gerar em torno de 3000 empregos. Podemos dizer que é uma cultura enraizada na cidade”, comenta Felix.
Morando há 15 anos em Engenheiro Coelho, Toninho Mandioqueiro foi um dos pioneiros a incentivar a festa junto com Zé Maria, Paulinho Raça e Negro Branco que tinha o carrinho com produtos da raiz no local onde hoje é realizada a festa. “Tudo começou numa viagem que fiz para a minha terra natal, Santos/SP, depois de 28 anos, para matar a saudade da família. Levei como presente laranja, abacate e a mandioca. Ficaram seduzidos por ela dizendo que “é bem melhor do que a do “Peralta. Incentivados por eles resolvi encarar vender mandiocas na baixada. Alugamos um ônibus, eu, o Zé Tomada, Tião Branco e outros. Na época íamos e voltávamos no mesmo dia porque vendia demais”, relembra Toninho, com 13 anos nessa atividade, como ele mesmo diz “a moda pegou e virou festa”.

Produção
De acordo com Toninho, seu consumo mensal da mandioca está na média de 10 toneladas, revendidas todas no litoral entre Cubatão, Santos e São Vicente. “Hoje pago uma média de R$0,30 a R$0,35 do kilo na roça. Entrego para o pessoal do carrinho que revende entre R$1,20 a R$1,50 o kilo na rua. Todo mundo sai ganhando um pouquinho”, diz ele. Tião Branco, parceiro de Toninho, diz que além de vender, vai até a roça colher a mandioca, “É conversa fiada quando falam que não pode gemer na hora de arrancar a mandioca, porque ela fica dura, não cozinha direito. Se fosse assim então... Qualquer hora é boa para tirar mandioca. Ela frita com cerveja é a hora que eu mais gosto”, brinca Tião.

Capital da Mandioca

Na opinião de Toninho, com a divulgação e apoio da Prefeitura, Engenheiro Coelho tem se tornado “a capital nacional da mandioca. Não só para os mandioqueiros como para o pessoal que leva para o CEASA”. Engenheiro Coelho tem até uma agro-indústria que beneficia o tubérculo de forma pré-cozida para exportação.



Matéria publicada originalmente na edição 48 Jornal Pires Rural, 15/08/2007-www.dospires.com.br]
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domingo, 8 de novembro de 2015

O pesquisador de abelhas



Hermelindo Sandri, 74 anos, é um estudioso empírico ( fundado exclusivamente na experiência) de abelhas e a rotina desses insetos desde os 8 anos de idade. Tudo o que sabe foi avaliado pela colméia desde pôr os ovos, a preparação da colméia, o nascimento.  Quando criança ia trabalhar com o pai e irmãos na roça e, segundo ele, sempre chegava por último porque ficava observando a rotina dos insetos por onde passava. “Eu observava formigas, aranhas, abelhas e o interesse pelos insetos só aumentou. Aos 14 anos minha mãe me ensinou a manipular as abelhas italianas com ferrão no enxame. Passei a criar abelhas melíferas (com ferrão)”, conta Hermelindo.
Segundo Sr. Hermelindo existem 420 espécies de abelhas no mundo e o Brasil detém 320 do total, apenas quatro espécies de abelhas com ferrão, a italiana, americana, africana e australiana. No caso das abelhas silvestres, a rainha voa apenas duas vezes na vida,  tem o vôo nupcial, volta e é aprisionada. Quando começa a postura, dilata o abdomem a ponto de não dar sustentação, se sair morre. Já a abelha africanizada ( 4 no mundo), voam quantas vezes for necessário. Toda espécie tem determinado o espaço necessário para a produção da colméia.
A experiência de mudar a caixa de posição para avaliar o sentido do retorno das abelhas para a caixa, constatou que elas voam em função do sistema magnético da terra, voam em volta e seguem em linha reta.


Para comprovar se as abelhas têm noção do tempo, colocou a colméia bem fechada com cera dentro do guarda-roupa à noite, com o quarto totalmente fechado. No outro dia abriu o quarto às 10h, as abelhas estavam do lado de fora da caixa.
Durante todos esses anos de experiência, Sr. Hermelindo afirma que o comportamento das abelhas mudou muito em função da má gestão do meio ambiente. Ele costuma dividir colméias e presentear os amigos, já chegou a multiplicar uma colméia em 26, afirma que no ano passado não conseguiu reproduzir, e chegou à conclusão de que há influência do meio ambiente. “No ano passado reproduzi 1 , 2 rainhas, o normal é de 3 a 4 rainhas por colméia. Como a floração foi alterada pelo clima e pulverizações em excesso, a produção de mel e a polinização das plantas está seriamente comprometida. Eu percebo que  a flor de laranja tem gotículas de mel, mas não tem abelhas retirando, porque quando o veneno é recente no botão, a abelha não suga, e quando o botão abre as abelhas já dispersaram”, lamenta Sr.Hermelindo. 



Matéria publicada originalmente na edição 48 Jornal Pires Rural, 15/08/2007-www.dospires.com.br]
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Fórum debate com a população soluções para o Meio Ambiente e o uso dos recursos hídricos




Intitulado “Limeira: água preservada, futuro garantido – Fórum Ecológico de Integração Intermunicipal” aconteceu no Teatro Vitória dia 5 de setembro. É uma contribuição do município na busca de nova consciência ambiental. O evento reuniu especialistas num convite à reflexão sobre o uso dos nossos recursos hídricos chamando a atenção para os cuidados que devemos tomar com o patrimônio aquático do Brasil e do planeta. Também compareceram representantes de ONG´s, o presidente da Câmara Municipal, Eliseu Daniel, o diretor do Ciesp-Fiesp de Limeira, José Luiz Batistella, e empresários, jornalistas, estudantes universitários, estudantes do ensino médio de Limeira e de municípios da região. Cerca de 300 pessoas estiveram presentes.
A apresentação esteve a cargo da jornalista Amanda Apple, da TV Globo.

Tendo como objetivo ampliar alertas que começam a indicar sinais de gravidade na utilização do patrimônio aqüífero, como rios, lagos, lagoas e foco dirigido para a educação ambiental, o fórum foi idealizado pelo prefeito Silvio Félix, e organizado em conjunto com a concessionária Águas de Limeira.

Desafios Diários
Primeiro palestrante, o prefeito Silvio Félix agradeceu a presença de todos e citou alguns projetos realizados pelo seu governo. “O papel que o poder público tem em se tornar responsável por um planejamento público da cidade, água, aterro sanitário, proteção de nascentes, tratamento de esgoto, não dá mais para as prefeituras, governo estadual e governo federal quebrar a cara com esses assuntos. É preciso que haja empresas que prestem esse serviço e consorciar o papel da iniciativa privada com o do poder público”, disse Felix.
Mostrando responsabilidade pelo cargo que desempenha o prefeito citou também que “a Prefeitura não tem concorrentes, isso faz com que a gente não se encontre. É preciso que tenhamos desafios próprios e diários, porque tudo avança numa velocidade muito grande, e se não andarmos no ritmo, vamos cometer dois erros: primeiro o pecado de nosso despreparo e o segundo erro de não propiciar situações para o desenvolvimento das empresas e dos habitantes” e, entre os projetos de seu governo falou que “Limeira pode se orgulhar, pois está proibida qualquer queimada de cana. Brevemente será criada a Secretaria de Meio Ambiente separada da Agricultura. Temos a construção de três parques urbanos para a população (no Jardim do Lago, no Parque das Nações e na região da Hípica). A idéia implantada para Limeira é a urbanização com equilíbrio: plantio de árvores, podas e limpeza para que a população respeite. Outro ponto é a recuperação do Riberão Tatu, que parecia impossível para a população e exigia uma série de medidas custosas. Nas mudanças que fizemos o Ribeirão já deu boa aparência para a cidade e o nosso projeto termina em 2010 com 100% de captação e 100% de tratamento do esgoto lançado no ribeirão, além das ações no ribeirão do Pinhal com recursos financeiros do município e do FEHIDRO para que a cidade não tenha falta d´água”, salientou Silvio Felix.

Qualidade da Água
O segundo palestrante foi o diretor-presidente da Águas de Limeira, Fernando Mangabeira Albernaz, que abordou a estrutura da concessionária e as diversas obras já realizadas e ainda as obras em andamento. A Águas de Limeira foi a primeira empresa privada a operar os serviços públicos de saneamento básico, água e esgoto.  Há 12 anos, a concessionária mantém o sério compromisso pela gestão dos serviços de captação, produção e fornecimento de água tratada, além de coleta, afastamento e tratamento de esgoto e disposição final de lodos.
A Águas de Limeira mudou a realidade do saneamento básico em toda a cidade, com 92% de aprovação da população, mantendo números significativos: 100% da população abastecida nas 24 horas do dia, 16% de perdas nas redes de água e ainda 100% de coleta e afastamento de esgotos, sendo 75% destes já tratados. Preocupada com o uso racional da água e a formação de cidadãos conscientes, Águas de Limeira se alia a este importante evento. Segundo o seu o diretor-presidente, “temos que pensar não apenas em ter água em abundância, mas principalmente precisamos nos preocupar com a qualidade da água”, afirmou Albernaz.

Reflexão de Especialistas
Outros dois palestrantes, o professor Doutor José Galizia Tundise, pesquisador do Instituto Internacional de Ecologia de São Carlos, respeitado cientista brasileiro na questão hídrica e o jornalista da área de meio ambiente Randau Marques, concederam entrevista gravada exclusivamente pelo Jornal Pires Rural.
Para o professor Doutor José Galizia Tundise a trilha do caminho das instituições no âmbito ambiental tem tomado certa relevância, hoje em dia, pela percepção do setor público e privado ter percebido que é fundamental manter as bases de recursos naturais preservadas, tanto regional quanto do planeta. “Isso garante a sobrevivência da biodiversidade e o desenvolvimento socioeconômico do local”, disse. Tundise salientou que existe um ”vácuo” entre as ações a serem tomadas por parte de todos, e “existe uma falta de capacidade de execução, devido à complexidade dos problemas ambientais. É difícil transportar o que é objetivo, o que é visão de um ambiente mais equilibrado com os mecanismos de proteção, observação e recuperação das bacias hidrográficas”. Mas Tundise garante que para o êxito de uma ação, tem de haver a participação ativa na gestão dos processos por parte da população conjuntamente com o poder público e privado.
“Nos eventos que eu participo e na experiência que tenho de usar adequadamente os recursos naturais, dar condições para que a sociedade se organize e participe das ações de recuperação, observação e manutenção de sistemas ecológicos tem se mostrado uma saída àquele desenvolvimento a qualquer preço, desenfreado, comprometendo a falta de sustentabilidade”, acrescentou.


Disse também que desenvolvimento, hoje em dia, está integrado ao sistema ambiental, margem de recursos naturais, capacidade dos poderes público e privado em entender como funciona o sistema e sua total importância. Citou que em nosso país, por ter um passivo muito grande, já existem algumas regiões com uma percepção ambiental e a organização da comunidade vai aos poucos se consolidando.
Sobre a questão de nossos recursos hídricos, afirmou ser verdadeiro o relato de que o Brasil detém 12 % de água do planeta, mas ela está mal distribuída. “Há muito mais água na região amazônica do que no centro e no estado de SP. Portanto, em algumas regiões corre-se o risco da escassez. É preciso dar condições para conservar, preservar e até recuperar sistemas aquáticos que estão contaminados e não provêm água de qualidade para abastecimento público e de outras atividades”, comentou. O pesquisador falou que todo o problema da água está entre demanda e disponibilidade. Em nossa região há uma média de 1200 mm por ano de chuva, isso é bem pouco, pois, para controlar a demanda, evitando o esgotamento, são feitas as campanhas para economia no uso da água, caso contrário, ela só estará disponível no próximo ciclo hidrológico. “O Brasil ainda não chegou num colapso de abastecimento, ainda estamos em tempo de evitar isso, na realidade vai depender muito das ações a serem realizadas. A população deve participar mais de perto como nos Comitês de Bacias com propostas e sugestões através do plano de gestão impulsionadas pelas Câmaras Técnicas como as de Saneamento, Planejamento, Saúde Ambiental ou Educação Ambiental. É preciso formar um banco de dados no município para que isso gere informações fundamentais para a gestão dos recursos ambiental e hídricos da bacia. E, o outro ponto é a criação de incentivos fiscais para aqueles que reduzam o uso da água e a emissão de poluentes”, ensina Tundise. Ele explica que uma das ações tomadas no trabalho do Instituto Internacional de Ecologia foi implantar em Bocaina/SP o IPTU ecológico e as Fazendas d´Água. No caso do IPTU ecológico os bairros promovem atividades em relação ao meio ambiente, que são analisadas pelo Condema e no final do ano o bairro que obter mais pontos recebe bônus entre 5% e 10% para abatimento do IPTU. Nas Fazendas d´Água
os produtores são incentivados a conservar o local onde passa água para abastecimento da população evitando o plantio dessas áreas e recebendo incentivos como diminuição de impostos.

Randau Marques, jornalista experiente na área ambiental, que na década de 60 já produzia textos de cunho ecológico, também esteve presente ao evento e nos relatou o seu ponto de vista para a proteção do meio ambiente. Leia a seguir entrevista na integra;

Jornal Pires Rural: Qual era a reação das pessoas na época das primeiras reportagens?
Randau Marques: Briguei muito com os representantes da Ciesp-Fiesp, porque eles não admitiam o controle da poluição e a conservação ambiental. Hoje, isso faz parte da cartilha de todo empresário que vise lucro e não desperdício.

Jornal Pires Rural: Relatar esses assuntos, na época foi uma causa pessoal?
Randau Marques: Foi. Naquela época fui preso político por abordar essa questão. Havia denunciado contaminação com cromo, curtume, chumbo e mercúrio como catalisador na mineração de ouro. Isso não foi visto com bons olhos pelos Militares e me levaram preso. Quando saí, não tive dúvidas, resolvi que iria continuar mexendo com essa área altamente subversiva e estou até hoje.

Jornal Pires Rural: Existiu denúncias de exploração industrial?
Randau Marques: Sim. Exposição de trabalhadores a produtos tóxicos, etc. Hoje mudou muito o panorama. O principal interessado na questão ambiental, para evitar as “salva-guardas” alfandegárias é o setor industrial. Como exemplo o álcool brasileiro; quando exportado ele pode estar sendo depreciado devido às queimadas, então, é de extremo interesse dos usineiros dar fim a essas queimadas.

Jornal Pires Rural: Em sua opinião, os empresários querem sempre ser aceitos como “ecologicamente corretos”?
Randau Marques: Nem sempre. Existem empresas que são da velha escola, “o que importa é lucrar a qualquer preço”.

Jornal Pires Rural: Acredita que isso pode mudar?
Randau Marques: Sim isso é uma questão de vida ou morte das empresas. A escassez é que levou o petróleo ser mitificado da forma que é. Ninguém lava o quintal com petróleo, ninguém desperdiça, usa racionalmente. A água já chegou ao ponto de escassez, seu preço para o consumidor a transforma em uma commoditie. Você vai pensar duas vezes em gastar 15 ou 30 min. no banho? Lavar o quintal esbanjando ou fazer reuso? Haverá uma briga muito grande contra o governo porque ninguém vai admitir que os rios sejam envenenados da forma que vem sendo hoje. A questão ambiental veio para ficar.

Jornal Pires Rural: A proteção à natureza é um fator econômico?
Randau Marques: Não só isso, é uma questão de saúde pública. O verde não é protegido por causa de sua cor, dos pássaros, das borboletas, é uma relação custo – beneficio. A proteção se dá por conta da sanidade dos alimentos, porque se vier uma praga e o antídoto estiver na biodiversidade, o preço dos alimentos se tornará proibitivo para todo mundo. O combate às queimadas não é apenas pela estética das ruas, mas por conta dos hidrocarbonetos poli-aromáticos que são altamente cancerogênicos. A prioridade que tem que se dar é na questão da saúde pública.

Jornal Pires Rural: De que forma a população, além de eventos como esse, pode se manifestar?
Randau Marques: não permitindo as coisas. O prefeito certamente eliminou as queimadas depois de ouvir a população e constatar que seria uma medida altamente simpática. A população tem que saber que a questão ambiental é fundamentalmente uma questão de saúde pública. Apoiar os órgãos ambientais mesmo parecendo uma morosidade em apurar os fatos, os laboratórios demorarem a processar resultados, mas não se trata de má vontade. O exemplo está na CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) ser uma estrutura impar entre a que nós possuímos no estado de São Paulo. A legislação básica de controle (Lei 997 e 8468) são indicadores de saúde pública e são os critérios que a CETESB se baseia. Não existe a CETESB em âmbito nacional, não existe controle da poluição ambiental no Brasil, essa é a minha briga pela criação de um órgão de estrutura no governo federal. Isso deveria ter um salva-guarda da população.

Jornal Pires Rural: Como devemos agir para seguir na bandeira de preservação ecológica?
Randau Marques: Sobretudo é se engajar. O que necessitamos é que seja respeitada nossa legislação ambiental. É convencer as pessoas que existe uma relação custo - benefício em tratar a água, o ar e os efluentes. É focar economicamente voltado para a saúde pública como base de tudo. As empresas também deveriam pensar assim porque o que elas descartam como poluentes são matérias-primas. Segundo, elas têm que se tornar eficientes no mercado de hoje senão, estarão na beira da falência.


O Fórum Ecológico de Integração Intermunicipal de Limeira foi encerrado com a participação da Camerata da Orquestra Sinfônica de Limeira.



Matéria publicada originalmente na edição 48 Jornal Pires Rural, 15/08/2007-www.dospires.com.br]
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domingo, 1 de novembro de 2015

ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO JARDIM AEROPORTO




O sonho de morar numa cidade que ofereça qualidade de vida somado ao desenvolvimento sustentável, tem feito com que a associação de Moradores do Jardim Aeroporto desenvolvesse vários trabalhos e ações junto à comunidade local e até mesmo a nível municipal.
Avaliamos que uma cidade melhor começa com bairro melhor, daí a importância de nossa contribuição sócio-ambiental.
Neste sentido, durante este ano, realizamos a 4ª Ecoatividade, sendo este um evento de interação escola-comunidade que promove sensibilização e educação ambiental, contando com a parceria da Rede Social Limeira.



 A promoção de atividades esportivas também é uma grande contribuição que nossa Associação tem desenvolvido, e como moradores da periferia de Limeira, convivemos com a falta de opções para práticas de esportes e lazer comunitário.  Idealizamos o Projeto Viva Melhor, que visa promoção da socialização, resgate das brincadeiras de rua e prática de esportes. Também acontece o Campeonato de Corrida e caminhada todo último domingo de cada mês. Estas atividades são realizadas na área onde é executado o Parque Ecológico do Jardim do Lago.

Como representantes de moradores de nossa região, estamos atentos a tudo que interfere direto ou indiretamente no dia a dia da população local. Na questão da saúde não é diferente: participamos do respectivo conselho local, acompanhamos de perto o atendimento realizado à população, e propomos, analisamos e cobramos as melhorias necessárias aos usuários



Matéria publicada originalmente na edição 48 Jornal Pires Rural, 15/08/2007-www.dospires.com.br]
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O programa Cana Limpa do SENAR-AR/SP




Foi lançado durante a Agrishow 2004, visa treinar profissionais do corte de cana, antigamente conhecidos como “bóias-frias”, e capacitá-los para aperfeiçoarem seu trabalho.
Em Iracemápolis, a Usina Iracema, do grupo São Martinho, solicitou a realização desse curso através do Sindicato Rural Patronal de Limeira.
Oferecido gratuitamente pelo SENAR, durante o período de 06/08/2007 a 11/09/2007, serão ministradas palestras, dia de campo e visita à produção da Usina para os trabalhadores do corte da cana. O curso vai das 7 da manhã às 16h, com almoço e duas pausas de café, onde os trabalhadores participantes recebem suas diárias normalmente.
No programa estão incluídas informações para melhorar a produtividade, aumentando a rentabilidade do trabalhador, conscientização do uso de EPIs (equipamentos de proteção individual) reduzindo acidentes, bem como melhor cuidado com esses equipamentos; o lado cultural narrando um breve histórico da origem da cana-de-açúcar, ambiente de trabalho mais limpo, valorização profissional, maior eficiência no corte, melhorando a qualidade da matéria-prima e aumentando a longevidade das soqueiras da cana nas plantações.



Para a equipe técnica do SENAR é comum as pessoas passarem por esse treinamento e aumentarem a sua eficiência de corte de 6 para 8, ou, até, 10 toneladas por dia. Fabio Camilotti, instrutor do SENAR e preletor do curso desde 2003, já visitou 15 usinas com esse tema, “O pessoal tem gostado muito. Tem toda uma metodologia por trás explicando o porquê das coisas, contando desde onde vem a cana até o uso correto dos EPI, abordando a qualidade dos serviços executados, os cuidados com a saúde de um modo geral e uma aula prática no campo. Eles aprendem, aqui, que a cana tem que ser cortada raso, ou seja, onde tem a maior quantidade do caldo de açúcar. Recebem uma pasta com lápis, borracha, caneta, caderno e uma cartilha elaborada pelo SENAR. O que mais desperta a atenção desse pessoal é a história da cana”.
Pela metodologia elaborada por Gean Guimarães do SENAR, Marcos Fará e Luís Carlos Tasso Júnior, agrônomos do Coopercana, foi possível inserir uma nova nomenclatura para o trabalho dessas pessoas: profissionais do corte de cana.
Ao todo a Usina Iracema tem 26 equipes de trabalho, cada uma contendo de 40 a 42 pessoas. Com uma produção média diária, por equipe, de 300 a 350 toneladas de cana, a Usina viu saltar para 400 até 500 toneladas de cana cortada, depois da introdução desse curso para os seus trabalhadores.
Marlon de Souza, coordenador de serviços agrícolas da Usina Iracema, relata que a missão, visão e valores passados estão dentro dos valores da empresa. “O maior tesouro da empresa é o ser humano e o seu bem estar é condição para qualquer empresa ser competitiva e para isso ela tem que ter um diferencial. Essa é a maior razão de investirmos e o retorno é, sem dúvida, muito expressivo”. Ele disse, ainda, que a maioria dos trabalhadores tem o primeiro grau e que esse curso dá uma base técnica e significa para eles uma adaptação. “Recentemente li uma frase dizendo que o analfabeto do século 21 não é aquele que não sabe ler ou escrever, mas aquele que não adere às mudanças. Então, essas pessoas estão aderindo a mudanças, a globalização, exigências da empresa. Vão ser profissionais capacitados para exercer a função deles”, conclui.
Ouvimos três profissionais presentes ao curso Cana Limpa, um deles Giovano da Silva, 30, disse que estava esperando a vez de sua equipe chegar “o boato deixava curioso. Como é por turma, veio na seqüência e chegou o dia nosso. Pra gente que trabalha na lavoura é muito bom. Aprendi muita coisa que não sabia”. Geraldo de Jesus Santos, 49, já tinha feito o curso o ano passado “mas não tava muito ligado; agora, prestei atenção e aprendi melhor. O que o professor deixou muito alerta foi de obedecer às ordens, usar os equipamentos necessários para o bem da gente”. Profissional do corte de cana e monitora de ginástica laboral da equipe Josiane Rodrigues dos Santos, 23, trabalha há três anos e meio nessa profissão. Moradora da cidade de Leme como os demais, fazia o Cana Limpa pela segunda vez e disse que relembrou partes importantes, como “o uso dos EPI´s, que é para o bem da minha saúde e segurança. É para o bem dos meus amigos também. Foi legal conhecer dentro da Usina. Vimos como funcionam as máquinas. Não fazia idéia do que tinha lá

 dentro, o movimento, a cana que a gente corta, o açúcar que é produzido, foi muito legal”.



Matéria publicada originalmente na edição 47 Jornal Pires Rural, 31/07/2007-www.dospires.com.br]
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Os garotos do Badminton

Esporte de origem asiática e o segundo mais praticado no mundo tem milhares de praticantes na China. Foi introduzido no Brasil, na cidade de Campinas por um chinês. As medidas de cada lado da quadra tem aproximadamente 6 m e a rede fica a quase 1,60m de altura. É jogado com raquetes e peteca pode ser praticado em dupla ou simples, não tem limite de idade ou tamanho. É dividido em categorias: Mirim até 11 anos; pé-mirim até 13 anos; infantil até 15 anos e as categorias juvenis e adulto D,C,B,A e A especial, a qual foi disputada nos jogos Pan-Americano Rio 2007. Onde a dupla brasileira Guilherme Pardo e Guilherme Kumasaka conquistou medalha de bronze.

Tiago Paiola Mantovani, 14 e Tomaz Paiola Mantovani, 17, praticam Badminton desde 2003 no clube Fonte São Pedro, em Campinas. Eles residem em Engenheiro Coelho nos finais de semana e em Campinas pela semana. Já participaram de diversos campeonatos e Tomaz inclusive fez um curso de arbitro tendo atuando no Pan do Rio, nas partidas de Badminton. “Fui pra lá, porque fiz contato e fiquei sabendo que eles estavam necessitando de auxiliares. Ganhei credencial, uniforme, alimentação e pude assistir alguns jogos de graça” conta Tomaz. Agora, seu irmão Tiago que também foi ao Pan mas para assistir aos jogos se concentra mais nos campeonatos. Em 2006 ele estava na categoria D, ganhando campeonatos nessa categoria. Por sediar a competição Pan-americano junior de Badminton, na cidade de Campinas, Tiago teve a chance de jogar e ver jogadores de vários paises da América. O resultado que colheu após sua participação foi que estava num ritmo tão forte de jogos e treinos que subiu da categoria D para a C e depois para a B em menos de um mês. Esse ano ele está classificado novamente para disputar o campeonato Pan-americano junior de Badminton, só que ele ainda precisa enfrentar um obstáculo é que a competição é no México e para isso ele precisa levantar um fundo. “A Confederação Brasileira de Badminton vai levar 5 atletas que estão no último ano da categoria juvenil. Eu como tenho ainda mais quatro anos pela frente se quiser ir tenho que arrumar US$ 1.500,00 (mil e quinhentos dólares) que é um pacote super econômico que a confederação conseguiu para tentar levar mais 30 atletas e inclui estadia, passagem e alimentação. Estou atrás de patrocínio para essa viagem”, revela Tiago. O ritmo de competições e a experiências de jogos de porte internacional faz os atletas evoluírem consideravelmente após a participação nesses campeonatos.




“O Badminton tem uma importância tão seria quanto à escola em minha vida. Treino todas as noites das 19h às 22h, à tarde faço musculação e sábado e domingo quando não tem competição, eu descanso” relata Tiago sobre sua rotina com o Badminton. “Quem ganhar o Pan junior no México está classificado para disputar o campeonato mundial na Nova Zelândia”, conta Tomaz, irmão de Tiago. Segundo ele a equipe que ganhou a primeira medalha para o Brasil de Badminton no Pan do Rio, está se aposentando e em 2011 terá o Pan em Guadalajara com renovação de atletas, “Se tivermos investimentos teremos chances de competir e trazer mais medalhas. O COB (Confederação Olímpica Brasileira) repassa uma verba muito baixa para a Confederação Brasileira de Badminton, por isso precisamos de apoio de empresas privadas”



Segundo eles o segredo para bons resultados é aliar força, agilidade, reflexo e estratégia. “É um esporte completo. O jogo de simples requer muita técnica. As equipes Americana e Canadense que ganharam ouro no Pan são muito fortes, treinam com técnicos experientes trazidos da China”, explica Tiago. De acordo com Tomaz é um jogo de pulso, “Você tem que bater na peteca e já se posicionar para a defesa. Tem que tentar jogar sempre a peteca no meio da quadra. Ela sempre traça uma trajetória em linha reta. Pouco efeitos são possíveis, o que acontece às vezes é mandar a peteca virada para o adversário e ele não a tem como rebater”.
O Badminton está em expansão no Brasil. Aqui os campeonatos são realizados desde 1992. As cidade que mais se destacam são Campinas, Rio e São Paulo. Em Porto Alegre a equipe feminina é bem forte mas esta longe dos resultados conseguidos pela equipe masculina. Esperamos que tudo de certo. Muita sorte e peteca pro alto, garotos!



Matéria publicada originalmente na edição 47 Jornal Pires Rural, 31/07/2007-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. 
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A Criação de Rãs Touro




A rã touro (Rana Catesbiana) é originaria da América do Norte. Chegou ao Brasil por volta de 1950, ficando sem evolução até meados dos anos ´80. Nesse período o Brasil se tornou o pioneiro em criar esses animais em cativeiros. Tendo uma carne leve com sabor próprio contém 7 dos 9 aminoácidos essenciais para o ser humano. O valor de comercialização varia de R$22,00 a R$32,00 o quilo. No verão, cada rã pode variar de 250 a 280 gramas.



Em 1986 Marco Pintaudi começou a sua produção localizada no bairro dos Pires de baixo. Com o Ranário II M viveu o bom período de criação dessas espécies. “De 1986 até 1999, abria-se um ranário por dia. Tinha até uma frase, crie rãs e fique rico. Hoje em dia não se pode dizer mais isto”. Em seu ranário a estrutura montada tem suporte de uma média empresa. Envolve todo o processo que, basicamente são o matrizário onde as rãs fazem sua reprodução, tanques para girinos, com capacidade para 20 mil deles, e outras baias para a engorda, incluindo um abatedouro. Dominando técnicas de criação de peixe e conhecimento em analise de água, Marco é engenheiro agrônomo que na época boa vivia do ranário e de seminários para iniciantes. “O bom período foi quando tinha diversos ranários espalhados com técnicos pesquisando rações, tipos de criação, desenvolvimento de reprodução, estudando doenças. Infelizmente essas pesquisas se estagnaram. Aqui no meu ranário é um hibrido do que fui vendo por aí e deu certo. Fomos nos adaptando através da observação. Apesar de existir modelos de ranários desenvolvidos”, cita Marco. Fator principal para o sucesso do negocio é água, sua quantidade e qualidade também influem, mas sua falta pode inviabilizar a criação.
Tempos atrás houve o aparecimento de diversas associações estaduais sendo a mais importante a Associação Brasileira e Criadores de Rã. O Ranário II M tem seu registro no IBAMA e na Secretaria de Agricultura do Estado.










O ciclo do ranário
Tudo começa no matrizário que é um ambiente para reprodução das matrizes com um ano de vida e acima de 300 gramas. No matrizário, as desovas ocorrem pela manhã em pequenos lagos artificiais. Logo após os ovos se transformarem em larvas são transferidas para tanques onde se transformam em girinos. Nesses tanques os girinos permaneceram por cerca de 3 meses sendo tratados diariamente com ração. Na fase que em o girino está com quatro pernas e o rabo é chamado de Imago, onde ele tem que se adaptar de uma vida aquática para a terrestre. A vida de rã é a parte final onde elas ficam abrigadas embaias, sendo mais intensivo os cuidados como o manejo de animais e a limpeza nos tanques. Após cinco meses estarão perto de 250 gramas prontas para o abate. Quando chega o inverno as rãs e os girinos ficam com o mesmo peso e tamanho até o começo da primavera. “Quando comecei a criação de rãs mantinha um minhocario com as vermelha da califórnia e um moscario com caixas de criação de larvas de mosca para alimentar as rãs. Por volta de 1989 inventaram uma espécie de peneira vibratória onde colocamos a ração auxiliando na captura deste alimento pelas rãs” cita Marco.

Mercado
Hoje em dia, segundo Marco, suas vendas são direcionadas aos clientes particulares e cativos. Poucos restaurantes pois Limeira não tem tradição de frutos do mar, peixes e derivados. Peixarias e açougues também estão entre seus clientes. Não existe diferenciação quanto ao sexo na hora da venda da carne. A qualidade e o crescimento é bem similar entre ambos. A rã é uma animal de pele lisa e aparência úmida, tem cinco dedos nas patas e as coxas de traz bem desenvolvidas é onde está a maior parte da carne.
Para quem quiser iniciar sua criação Marco cita que “o mais tranqüilo é começar pela engorda que não exige tanto conhecimento e basicamente é dar comida e manter a higiene. Se escolher pelo ciclo completo é essencial ter água de qualidade, escolher um modelo de instalação para a criação. É uma criação que requer muita mão-de-obra pois é preciso acordar cedo e mexer com água, passando a manhã toda no trato dos animais. O ideal seria a formação de um ciclo mercadológico onde um local faria a reprodução, outro cuidaria dos girinos, outro na engorda e uma equipe só para abate e comercialização, pois quem cria dificilmente tem tempo e tino para vendas”, conclui Marco com 20 anos de experiente como criador de rãs touro. 



Matéria publicada originalmente na edição 47 Jornal Pires Rural, 31/07/2007-www.dospires.com.br]
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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Como está a bacia do ribeirão Tatu, Cordeirópolis




O coordenador da Coordenadoria para Assuntos de Ecologia da prefeitura de Cordeirópolis, Marcos R. Souza Barbosa nos recebeu no dia 31/07 mesmo tendo entregue o cargo à disposição do município. Conversamos sobre a bacia do ribeirão Tatu e a possível “despoluição”. Marcos concorda em deixar de despejar esgoto e efluentes no rio para haver uma depuração e conseqüente revitalização. Cordeirópolis tem 100% do esgoto coletado e lançado nos córregos que são afluentes do ribeirão in natura, não passa por nenhum tipo de tratamento. O projeto de saneamento foi elaborado, apresentado para a CETESB e está no SAAE, o objetivo é captar o esgoto para tratamento e lançamento pós-tratamento.
“A coordenadoria trabalhou no diagnóstico geral do município, avaliou todas as interferências, apresentou os problemas e soluções para as questões ambientais. Há um ano e meio a pós-graduanda Fernanda Peruchi realizou um estudo da bacia do Tatu em parceria com a coordenadoria (colaborou com a logística) para avaliar a degradação das nascentes. “Propomos um diagnóstico com ênfase na qualidade das águas superficiais subterrâneas.O resultado é de que grande parte das nascentes da bacia estão degradadas, esse diagnóstico pode favorecer o plano diretor, mas a exploração de argila e do cultivo de cana-de-açúcar tem que ser levado em consideração”, afirma Marcos.
Cordeirópolis tem um divisor de águas que corresponde somente ao município, todas as bacias estão localizadas territorialmente no município. Portanto, a gestão pública acaba se “responsabilizando” por todas as nascentes dos ribeirões os quais lhe pertencem.
Os resíduos sólidos
“Os resíduos sólidos interferem diretamente na microbacia do Tatu. A coordenadoria diagnosticou todos os personagens como quem gera, enterra, descarta os resíduos nos rios e apresentamos a proposta de resíduos sólidos urbanos de uma usina de processamento de reciclagem para transformar o entulho em matéria para construção civil, pavimentação de área rural”, conta Marcos.
Trabalho conjunto entre a coordenadoria de Cordeirópolis e Secretaria do meio ambiente de Limeira
Segundo Marcos, não existe um trabalho efetivo em conjunto com a Secretaria do Meio Ambiente de Limeira para a bacia do Tatu. “Limeira realiza seus trabalhos e nós os nossos, isolados. Houve tentativa de aproximação para estreitar a relação entre departamentos na preservação do rio, mas oficialmente não existe nada. Hoje, um trabalho na área de degradação de nascentes, recomposição de mata ciliar, seria interessante se realizado em conjunto, porque o município de Limeira tem uma estrutura maior, e qualquer ajuda seria bem vinda”, afirma .
Captação de recursos junto ao Consórcio das Microbacias Hidrográficas
“A coordenadoria passou obrigatoriamente por um processo de estruturação, com uma única pessoa, eu. Agora temos estagiários e conseguimos fazer alguns diagnósticos, estamos atrasados. Esse trabalho de captação de recursos demanda envolvimento maior com estrutura e participação no processo do Comitê. Uma só pessoa não poderia dar conta de administrar todos os problemas pontuais de arborização do município, reciclagem e recursos hídricos, mais a estruturação da coordenadoria”, afirma.
Realizações

“Fizemos o diagnóstico preliminar da nascente (Tatu) do bairro Barro Preto, com investimento do município. O objetivo é abrir discussões com empresários do setor rural e cerâmica, mas ainda não aconteceu por entraves políticos, burocráticos e interesses”, afirma.  



Matéria publicada originalmente na edição 46 Jornal Pires Rural, 15/08/2007-www.dospires.com.br]
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Caminho da Fé

O caminho da Fé, idealizado por Almiro Grings é de aproximadamente 400 km, saindo de Tambaú, SP até o Santuário de Aparecida, SP, atravessando a serra da Mantiqueira no sul de Minas Gerais por estradas vicinais de terra, trilhas, bosques, pastagens e asfalto. O objetivo é proporcionar às pessoas momentos de reflexão e fé, saúde física e psicológica através do exercício da caminhada, integração do homem com a natureza.
O caminho envolve 19 municípios e 4 distritos com pontos de apoio. São necessários aproximadamente 16 dias, fazendo uma média de 25 km/dia para percorrer todo o Caminho. Durante todo o trajeto, o peregrino se hospeda em pousadas credenciadas pela Associação de Amigos da Fé, que oferece a credencial do peregrino cadastrado (carimbado pelos pontos de apoio para na Basílica receber o certificado de participação como Peregrino no Caminho da Fé). Aos municípios por onde passa à rota, a meta é propiciar maior integração regional, desenvolvimento sustentável com geração de novos empregos e oportunidades.
Adilson Ruy sempre foi devoto de Nossa Senhora Aparecida, sua mãe Ignez Campos Ruy, devota fervorosa, mãe de três filhos suplicava em nome dos filhos para que a Santa rogasse pela saúde dos mesmos e que os livrasse da Paralisia Infantil. Seus filhos foram abençoados e Adilson aprendeu com a graça recebida agradecer todos os dias de sua vida.
Já havia participado duas vezes de romaria até Aparecida com a Comunidade do Divino Espírito Santo. O hábito de caminhar sozinho nos finais de semana o levou a lançar um desafio para si próprio, percorrer o caminho da Fé com o objetivo de assistir a missa do Santo Papa Bento XVI na Basílica de Nossa Senhora Aparecida no dia 13 de maio/07.
“Para percorrer o Caminho da Fé, é preciso ter resistência física, eu caminhava 15 km por dia nos finais de semana. A fé não é o suficiente, tampouco o entusiasmo. As paisagens arejam a mente, acalma, mas é repetitivo. Você dorme e acorda pensando em caminhar, a chegada só depende de você, mais ninguém. Sozinho, o desafio é não saber o que encontraremos pela frente, é preciso determinação e coragem”, conta Adilson.
Com uma bagagem pesando 7k, a camiseta identificando: de Tambaú à Aparecida ao encontro de Bento XVI (cuidado da esposa Elide Poletti Ruy), Adilson percorreu um dos caminhos mais importantes de sua vida, reavaliou, superou limites e desafios, conheceu pessoas, foi acolhido, encontrou paz espiritual, sofreu mudanças de valores, rezou por si e pelos outros, sentiu dores, ajudou o próximo e passou a acreditar muito mais nos homens perante Deus.
A própria companhia
“Caminhar 24 km sem encontrar alguém. Ouvindo o canto dos pássaros, o vento, os animais na estrada. É a hora do questionamento. Foi um dos trajetos onde encontrei maior fortalecimento, é você com você mesmo, essa é a diferença do Caminho da Fé sozinho”, afirma.


Acolhimento
Por onde passou Adilson foi acolhido, nas residências como ponto de apoio as famílias simples oferecem o que têm de melhor e dispensam toda atenção para o peregrino como convidado de honra. Na estrada os agricultores gritam seus nomes para que os peregrinos rezem pelos mesmos. “Fui bem recebido em todos os pontos de apoio por onde passei, recebido como um membro da família. Na casa de Dona Ditinha, a família estava de luto, a filha acabara de dar à luz (solteira), a família mesmo passando por uma série de problemas me recebeu com muito carinho. Cheguei à noite noutra residência (ponto de apoio) e a dona da casa não estava esperando peregrinos e não tinha comida suficiente para todos, então a dona da casa nos deu a chave do carro para irmos até a cidade comprar comida”, conta.  
Encontros marcados pela Fé
Adilson encontrou vários peregrinos pelo caminho como três casais e um Senhor de 62 anos de idade, todos com a experiência do Caminho de Santiago de Compostela, Espanha, os quais revelaram que o caminho de Santiago “é um museu a céu aberto, com suas arquiteturas milenares”, já no caminho da Fé a natureza tem um papel muito mais importante. Mas o jovem Eduardo foi o companheiro que percorreu grande parte do percurso. “Uma pessoa que está acostumada a praticar esportes, a correr, e passou por muitas dificuldades físicas, dor mesmo. Deus me protegeu, eu não tive dor. Desde o início ficou claro que o meu sofrimento era suportável e eu tinha dificuldades que podiam ser superadas e foi. Muitas vezes eles queriam desistir por estarem muito machucados, e o meu papel era de ajudá-los a superar a dor e ter fé, mas muitas vezes a ansiedade de atingir o objetivo (chegada) pode nos atrapalhar”, conta.
Súplica


Em Topos do Mogi (início do Rio Mogi), uma região marcada por subidas e descidas íngremes (a 22 km do próximo município, 4 km de caminhada), o Eduardo estava precisando se apoiar muito para poder caminhar e muito comprometido pelos ferimentos, toda aquela situação estava me envolvendo muito porque eu queria fazer algo que pudesse ajudá-lo a superar e seguir, era importante para mim que ele também conseguisse atingir o seu objetivo. Foi naquele momento que eu entrei na igreja e foi muito forte, pedi para que Nossa Senhora “carregasse” o Eduardo porque aquele trecho seria um dos lugares mais bonitos do Caminho. Quando eu saí da igreja eu não o encontrei. Ele havia conseguido andar novamente mesmo machucado. Quando eu o encontrei ele me falou: “Alguma coisa aconteceu quando você estava na igreja”, conta emocionado.
A chegada

“Eu não sabia se chorava, agradecia. A sensação de ter atingido o objetivo depois de meses de planejamento e poder assistir a celebração de Sua Santidade o Papa e estar no mesmo local é uma sensação inexplicável. Cada vez mais eu tenho certeza de que os desafios que ocorrem na minha vida seja no trabalho, na família, na vida pessoal, eu vou enfrentar, porque viver é um desafio e temos que estar preparados pra isso. As imagens do Caminho da Fé se fazem presentes todos os dias, porque todos os dias um peregrino está acordando para andar. Todo o trajeto do Caminho teve um forte significado de conceitos na minha vida. Hoje eu enfrento as dificuldades diárias com muito mais coragem, menos ansiedade, e muita ponderação do que realmente vale a pena pra mim.” conclui. 


Matéria publicada originalmente na edição 46 Jornal Pires Rural, 15/06/2007-www.dospires.com.br]
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