Jornal Pires Rural - Há 13 anos revelando a agricultura familiar

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Governo da Angola visita a IBS mudas:



Em recente passagem pelo Brasil, membros do governo de Angola, entre eles o secretário de agricultura do país, vieram conhecer as tecnologias da agricultura brasileira. Entre as empresas visitadas estava a IBS Mudas de Piracicaba, empresa do ramo de mudas de hortaliças em viveiros. Na foto abaixo a comitiva em frente à sede da empresa.




Matéria publicada originalmente na edição 64 Jornal Pires Rural, 15/06/2008-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então… 

ROMARIA DE MULHERES




No dia 27 de junho um grupo de 77 mulheres percorrerão 328 km a pé de Limeira a Aparecida, SP. Serão nove dias caminhando 38 km (varia até 45) todos os dias, com uma bagagem mínima com kit bolhas, artrite, sem o conforto da própria cama  e chuveiro. Percorrerão um caminho onde resistência física não é o suficiente. É preciso resistência e mais um pouco, porque o cansaço é cumulativo e quando o corpo não corresponde é necessário ter equilíbrio espiritual para atingir a promessa da chegada.
A Romaria de mulheres da Casa de Apoio Romeiros de Aparecida, CARA, surgiu do desejo das mulheres dos romeiros  da Comunidade Divino Espírito Santo, que já percorrem esse caminho há 23 anos (este ano participaram 150 romeiros  para a  caminhada de 7 dias). No dia 12 de outubro de 2004 foi realizada a primeira reunião com o Sr. Valdevino Vieira para eleger uma coordenação para organizar a primeira Romaria de Mulheres. Foram nomeadas Geni Alcaraz Gamis, Gislene Andrade Ferreira Guedes, Gisélia F. Osava, Idalina J. C. Galina.
 “A partir daí, elaboramos o regimento; foi feito uma programação para o treino, o valor de inscrição de R$ 270,00 e a obrigatoriedade da participação do retiro espiritual (3 dias), assinar um termo de responsabilidade sobre a avaliação médica. Não se tinha noção da distância diária a ser percorrida. Então, o grupo foi até a cidade de Piracicaba e voltou para Limeira a pé. Desta forma, foi calculada a média diária do grupo (21 mulheres)”, afirma Geni Alcaraz Gamis.
Nesses quatro anos de Romaria, o grupo aumentou de 21 para 77 mulheres, ganhou estrutura, experiência e tem muitas histórias para nos contar. São experiências de pessoas que se inscrevem com a convicção de chegar até Aparecida para poder agradecer e pedir a graça da volta no próximo ano. “Acontecem fatos inusitados e imprevisíveis como, por exemplo, ter bolhas nos pés num ano e no outro não, aquelas que têm problemas de coluna, artrose, artrite, podem ter crise ou não. Já aquelas que fazem a inscrição temendo o que pode acontecer sempre têm histórias de torções nos joelhos ou pés. A determinação é um fator que influencia muito para que a romeira possa chegar bem” afirma Idalina.
“ Temos o exemplo da Dona Teresinha, 68 anos, apresenta problemas de saúde como artrite, artrose, muitas dores, não apresenta um porte atlético e nos surpreende. Ela caminha com um cajado, sem reclamar, segue adiante, e num dos piores trechos da Rodovia Fernão Dias ela tira de letra. Quando preciso, cede o cajado para as mais novas subirem o morro. Trata-se de um caso tão motivador que ela trouxe uma amiga, a Dona Penha. É muito importante controlar a dor”, afirma Gisélia.
As orações durante o percurso mantêm o grupo unido na fé e o passo firme. As orações iniciam ao acordar, na hora das refeições, à tarde, ao deitar-se. Aquelas que não  sentirem a necessidade de rezar, não são obrigadas, mas devem permanecer com o grupo.

No dia 27 de junho o grupo partirá da Comunidade Divino Espírito Santo após missa marcada para as 05:00h da manhã. Boa Viagem! 


Matéria publicada originalmente na edição 63 Jornal Pires Rural, 31/05/2008-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então… 

Semana da Citricultura




Evento inserido no calendário agrícola nacional, a esperada Semana da Citricultura realizada nas dependências do Centro de Citricultura Sylvio Moreira mostra a cada ano o potencial  do setor citrícola no Estado de São Paulo.
Agora, em  2008, durante a primeira semana do mês de junho, produtores, pesquisadores e empresas do segmento puderam novamente se encontrar e participar das homenagens, debates e ainda comemorar os 80 anos de existência do centro de pesquisa.
Dentre os temas, a fitossanidade foi amplamente discutida e o alerta sobre o greening (HLB) foi mais uma vez enfatizado. Sua proliferação continua pelos pomares e durante o evento foi reservado um dia inteiro para debates em torno do tema.
Buscando manter os moradores da área rural sempre bem informados, o Jornal Pires Rural entrevistou o pesquisador do Centro de Citricultura Dr. Dirceu de Mattos Jr., engenheiro agrônomo, que em 2006 foi homenageado durante a Semana de Citricultura pelas atividades de destaque na sua vida profissional voltada à citricultura. (O prêmio de engenheiro agrônomo destaque 2008 foi para Geysa Ruiz, que atualmente coordena a supervisão das ações no combate ao greening pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) de São Paulo). Leia a seguir trechos da entrevista do Dr. Dirceu de Mattos Jr.
Jornal Pires Rural:Com o passar dos anos, qual o grau de importância desse evento?
Dirceu de Mattos Jr: A citricultura é uma atividade responsável por grande parte da pauta econômica em nosso país. Exigindo que a produção seja eficiente, demanda-se mais informações e a cada ano essas informações são renovadas aqui dentro do fórum da citricultura. As palestras, a exposição das empresas, instituições e serviços são um complemento.

JPR: O Centro de Citricultura trabalha em parceira com os viveiristas?
Dirceu de Mattos Jr: Historicamente o Centro é responsável pelo fornecimento de material genético para a citricultura. Aqui, desenvolvemos, criamos, avaliamos e transformamos variedades de citros. Esse material faz parte do programa de Certificação de Produção de Matrizes que é utilizado pelos viveiristas para produzir um material de alta qualidade sanitária  e genética. Essa é a principal relação do Centro de Citricultura com o setor. Outro, cumprindo seu papel de centro de ações durantes abriu-se espaço para diversas associações ter-nos como um braço de apoio. Mesmo trabalhando em prol do Estado de SP, sabemos que nossos resultados têm reflexos em outros estados, como Pará e Goiás, e paises como México e Argentina, como exemplo.

JPR: Como o Centro de citricultura se comporta diante do diagnóstico atual das plantas adultas?
Dirceu de Mattos Jr: Digo que estamos num momento desafiante para a citricultura. Hoje, sofremos um dos problemas mais sérios que é o aparecimento do greening (HLB). Doença causada por uma bactéria e constatada recentemente na citricultura brasileira. O resultado do aparecimento do greening já aumentou o custo de produção e está exigindo estratégias cada vez mais técnicas. Com o greening agindo nos pomares temos que manter a guarda bastante alta para que se reduza os prejuízos.

JPR: Vivemos uma década ruim para a citricultura ou chegou a hora da seleção natural; restarão os melhores e mais capazes?
Dirceu de Mattos Jr: A seleção sempre existiu. Quer seja pela pressão econômica, pelo custo, pelo valor pago pela indústria ou pela ocorrência de pragas como leprose, morte súbita, amarelinho, o cancro cítrico. Esse quadro todo demanda muito esforço e ebergia para produzir eficientemente. E, aqueles que não têm capacidade e, competência para produção eficiente acabam saindo do mercado como sai também a fábrica de pneus, de carros, entres outras.

JPR: É impossível produzir uma qualidade de muda resistente a essas pragas?
Dirceu de Mattos Jr: Esse é um trabalho realizado ao longo da existência do Centro de Citricultura. A busca de materiais de alta qualidade genética e tolerante a doenças. Já tivemos sucessos em alguns momentos e vivemos trabalhos intensos para chegar a novas qualidades resistentes a outros problemas. É que pela característica de uma cultura perene demanda tempo 10, 15 anos.

JPR: Existe algum país que pode ser concorrente do Brasil?
Dirceu de Mattos Jr: Os EUA têm a Flórida, é o segundo principal produtor de laranja. Enquanto o Brasil produz cerca de 350 milhões de caixas de laranja, eles estão na faixa média de 150 milhões de caixas. A China tem uma área muito grande na produção de citros, porém, não destina a produção de suco e a produtividade é muito baixa. Outros países como Marrocos, Espanha, Itália também são voltados para frutas de mesa. A África do sul é um país importante na produção de citros mas o volume de produção é menor que os EUA. Somando Brasil e EUA temos 50% da produção mundial. Toda a nossa produção de suco é exportada rumo à Europa e ainda discute-se a abertura de mercados Asiáticos.
Ainda que o greening seja o gargalo do setor, não existe outro país que vai atingir o patamar tecnológico e expressão de produção de suco concentrado como o nosso.

JPR: O greening e outras doenças está afetando a produção de citros?
Dirceu de Mattos Jr: Com o “pacote greening” agindo, não estamos criando novas áreas, mas renovando bastante os pomares. Não existe uma expectativa de quebra de safra relacionada com a renovação de pomares. O que pode ocorrer numa quebra de safra está mais ligado ao clima favorável ou não do que pela falta de árvores no campo. Afirmo que é prioritário o combate ao greening, porque, se cochilar, cachimbo cai.

JPR: O mercado de mudas cítricas está aquecido?
Dirceu de Mattos Jr: É certo que demanda um número maior de mudas, mas o setor não diz que teve um crescimento tão grande. Em todo o Estado chegamos ao número de 500 viveiristas. Nosso patamar de produção de mudas varia de 10 a 15 milhões de plantas anuais.

JPR: Pra finalizar, conte um pouco dos oitenta anos do Centro de Citricultura?

Dirceu de Mattos Jr: O centro primeiramente foi criado como estação experimental, em 1928; ao longo dos anos foi crescendo. Passaram por aqui diversos técnicos que, com suas experiências, enfrentaram diversos problemas e passaram o bastão. Um marco na história foi o ano de 1993, que, de estação experimental, passou a ser Centro de Citricultura com novos pesquisadores contratados permitindo um crescimento em termos de informação e produção. Hoje em dia, com a qualidade dos ensaios nas pesquisas, investimos na implantação do sistema de qualidade ISO/IEC 17025:2005 e estamos finalizando documentos para obter a certificação ISSO 9001:2000 para todos os processos de gestão executados pelo Centro de citricultura. 


Matéria publicada originalmente na edição 63 Jornal Pires Rural, 31/05/2008-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então… 

domingo, 24 de janeiro de 2016

Empresários de Artur Nogueira realizam Dia de Campo




Aconteceu nos dias 17/18 de abril na Agro Cosmos em Engenheiro Coelho, o Dia de Campo, comemorando sua 8ª edição, uma iniciativa dos empresários João Sarpa  - UNI FERTIL, Nelson Gibertoni  - TARISA, Luiz Oda Honma  - AGRO COSMOS. Participação da Casa da Agricultura de Engenheiro Coelho e Artur Nogueira e Escritório de Defesa Agropecuária. O evento contou com apresentação de tecnologias de ponta no que diz respeito a máquinas e produção agrícola, com palestras de proteção ao trabalhador e uso de EPIs, adubos e corretivos;  palestra sobre a mosca negra; regulagem de equipamentos; apresentação de implementos e máquinas; novas variedades de milho para a região como a biotecnologia no campo da Fazenda Batistella.
Segundo João Sarpa, o objetivo do evento é trazer tecnologia para o produtor
ganhar dinheiro produzindo. “Nosso objetivo no início era realizar vendas e promoções e o evento teve ótima aceitação. Já estamos planejando o próximo para o ano que vem A intenção é aumentar o investimento na área da Agro Cosmos e o período do evento, além de acrescentar leilão de gado e rodada de negócios. A data do Dia de Campo sempre antecede a data da Agrishow”, afirma João Sarpa.

Segundo Nelson Gibertoni, os resultados obtidos desde o primeiro evento para este são notáveis, porque os agricultores adotaram novas tecnologias que justificam em muito o aumento de produtividade na região. “Nós (Dia de Campo) implantamos o plantio direto na região, trazendo profissionais para orientar sobre os benefícios do plantio direto e podemos presenciar os resultados no campo e a satisfação do produtor”, afirma Nelson.


Matéria publicada originalmente na edição 60 Jornal Pires Rural, 31/03/2008-www.dospires.com.br]
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EDR de Mogi Mirim conclui LUPA dentro do prazo, nos 11 municípios em 100% das propriedades.


Grupo da CATI

O projeto Lupa (Levantamento censitário das unidades de produção agropecuária) nasceu da necessidade do governo do estado de São Paulo, mais precisamente da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, de atender à lei 8.510, de 29/12/1993 que exige que a mesma obtenha dados de área cultivada de todo o estado de São Paulo com a finalidade de coletar, organizar, atualizar e manter disponíveis a todos os interessados, dados gerais e específicos sobre a agricultura do estado de São Paulo. Tem também importância fundamental para os municípios no que se refere à área cultivada, já que, em função desses dados, garante um percentual no repasse de recursos do ICMS.
A missão de realizar esse levantamento foi da CATI, as Casa da Agricultura. O primeiro levantamento foi realizado em 1995 e o mais recente foi de agosto/07 a 31/03/2008. A EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Mogi Mirim (inclui 11 municípios) concluiu 100% do levantamento em todos os municípios e propriedades. Segundo o diretor da CATI Mogi Mirim, Eng.º Agr.º José Luís Bonatti, o trabalho realizado contou com parceiros como o Sindicato Rural da região e prefeituras municipais, serviço de defesa agropecuária.
Segundo Bonatti “O dado que mais nos chamou atenção foi o aumento da produção e parcelamento do solo. No primeiro levantamento tínhamos constatado que 85% das propriedades rurais apresentavam áreas inferiores a 50 hectares. Neste levantamento (2008), constatamos que 90% das propriedades apresentam áreas inferiores a 50 hectares  e um dado preocupante é que 70% de áreas inferiores a 20 hectares. São propriedades tão pequenas que dificilmente será viável economicamente”.

Bonatti ainda afirma quando uma propriedade rural passa a ser inviável economicamente o proprietário busca subsistência na área urbana, e esses fatores podem aumentar o êxodo rural e diminuir a produção agropecuária. Cita o exemplo de uma propriedade de 50 hectares que, no primeiro levantamento, tinha um proprietário, já no segundo levantamento, os profissionais da CATI encontraram 23 proprietários da mesma família. “Os dados são muito preocupantes”, afirma Bonatti.


Matéria publicada originalmente na edição 60 Jornal Pires Rural, 31/03/2008-www.dospires.com.br]
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Conhecendo o “Circo de Xullé”



As figuras burlescas povoam a vida em sociedade desde os tempos mais remotos: histriões, truões, bobos da corte, bufões, saltimbancos e palhaços em geral. O circo greco-romano e o circo moderno, embora construídos sob o alicerce de sociedades diferenciadas em tempos distintos da história, possuem objetivos símiles: causar o riso e a admiração, a surpresa e a diversão.
A linguagem circense, simples, divertida e engraçada, atinge de forma eficaz todos os tipos de público: de classes e realidades diferenciadas. A facilidade de comunicação, fundamentada nos gestos, expressões e vestimentas consegue atingir diretamente a todos, sem que, muitas vezes, palavras sejam ditas. Na simplicidade de um ato obtêm-se um sorriso como resultado.
Mesmo com as novas formas de diversão existentes graças ao desenvolvimento tecnológico, o circo continua sendo uma grande manifestação popular, atraindo por onde quer que passe centenas de pessoas. O sucesso obtido se justifica pelos números que mesclam o bizarro, o grotesco e a simplicidade, e, em alguns casos, o espanto e a admiração, causando percepções e sensações variadas nas pessoas.
Formado desde 2005, o “Circo de Xullé” é uma trupe composta por artistas variados: atores, palhaços, acrobatas e malabaristas. A origem da trupe é recente, no entanto, os profissionais que compõem o grupo trabalham com a arte circense há quase uma década. Cada profissional traz em sua bagagem uma grande experiência profissional vivenciada em outros grupos de circo-teatro. Experiências obtidas através de apresentações em hospitais, praças públicas, teatros, shopping-centers, escolas (públicas e privadas), festas e eventos em geral. Além das experiências práticas, freqüentemente os componentes do grupo procuram se atualizar participando de encontros e cursos oferecidos pelas mais diversas instituições. Outra prática comum do grupo tem sido realizar apresentações em festivais e teatros, buscando sempre superar os desafios através do aperfeiçoamento obtido do contato direto com o público.

A proposta do grupo e realizar apresentações circenses, inspirado no Teatro de Rua, levando diversão ao público em geral (crianças, adultos, idosos e deficientes). O espetáculo possui uma variedade de esquetes que promovem a interação entre artista e platéia, rompendo com as formalidades por meio da diversão. Para tanto, números tradicionais de circo são resgatados. As apresentações são adaptadas ao espaço e ao tempo estipulado. Entretanto, os esquetes que a compõem são sempre rápidos para fomentar a interatividade e promover a contínua atenção do público. Embora o grupo trabalhe com um roteiro de esquetes prontos, o ambiente e o público presente tornam-se parte do espetáculo através das improvisações.

Matéria publicada originalmente na edição 60 Jornal Pires Rural, 31/03/2008-www.dospires.com.br]
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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Agricultura Urbana - Motor para o desenvolvimento municipal sustentável




A Agricultura urbana faz parte do Programa Fome Zero, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e permite a produção de alimentos de forma comunitária com uso de tecnologia em especial com atuação das prefeituras, são implementadas hortas, lavouras, viveiros, pomares, canteiros de ervas medicinais, criação de pequenos animais, unidades de processamento/beneficiamento agroalimentar e feiras e mercados públicos populares. Os alimentos produzidos são destinados para auto-consumo, abastecimento de restaurantes populares, cozinhas comunitárias e  venda de excedente no mercado local, resultando em inclusão social, melhoria da alimentação e nutrição e geração de renda.
Nas cidades brasileiras existe uma prática de cimentar os quintais das casas e terrenos em volta de prédios e escolas. Com isso as pessoas se afastam da terra, dos pássaros, insetos e animais com falsos argumentos de higiene, limpeza e segurança.
Em muitas cidades da Ásia e hemisfério norte existe o oposto. O quintal e todos os espaços  abertos são usados para praticar a assim chamada ‘agricultura urbana”, produzindo verduras, ervas, frutas, cereais, cogumelos, até usando as paredes para produzir uvas. Muitos países permitem a criação de pequenos animais, peixes e abelhas para a produção de ovos, carne e mel. As autoridades sanitárias ditam as regras de higiene e mantém a fiscalização.
Além disso, existem cidades, como Vancouver (Canadá), mantendo hortas de demonstração para ensinar a milhares de canadenses como fazer composto a partir do lixo doméstico e as práticas de produção e conservação de alimentos. Para irrigar usa-se a água da chuva . Dados da FAO (Organização da Agricultura e Alimentos) mostram que os agricultores urbanos abastecem 45% do consumo de vegetais em Hong Kong, 50% em Karachi Paquistão, 85% em Xangai. Na Ásia 50% das famílias urbanas praticam a Agricultura Urbana.
Na cidade de Limeira, Dona Deizi Forster de Lima, aposentada, moradora do jardim Rossi, é cultiva agricultura urbana há muitos anos na área verde em frente à sua casa, transporta água, adubo e esterco, e a produção é para consumo próprio e doações. Mesmo não fazendo parte de nenhum programa que incentive a agricultura urbana, a “agricultora urbana ” conta que a atividade já faz parte da vida do casal, pois quando interromperam a atividade por motivos de força maior o marido sofreu muito, cita vantagens como segurança alimentar, economia, doação para os que pedem, atividade diária depois da aposentadoria. “ Quando começamos cultivar a área verde tinha muito mato e lixo, meu marido cercou o espaço que íamos utilizar e desde então nos dedicamos todos os dias na produção de feijão, acerola,  berinjela, giló, rabanete, beterraba, chegamos a produzir mais de 20 culturas diferentes, agora diminuímos por causa do sol quente”, conta Deizi.
Mudas para agricultura urbana
Para abastecer as centenas de hortas urbanas existentes em Limeira, é preciso ter mudas de hortaliças próximas ao centro urbanizado. Encontramos um pequeno terreno mantido por Dirceu Henrique, senhor aposentado, que há dez anos esta abastecendo esses diversos pequenos horticultores espalhados pela cidade. Quando começou a plantar na cidade, Dirceu, junto com mais cinco amigos limpou três terrenos próximos a casa deles, tirando todo mato e entulho, para preparar 32 canteiros cobertos de tela onde plantavam frutas, legumes e verduras que vendiam na vizinhança. “Depois de uns dois anos, muito mercados faziam oferta, como R$0,30 o pé de alface, todos corriam lá comprar e eu perdia minha produção”, comenta Dirceu.
No ramo de mudas ele resolveu apostar através de um conhecido de Americana que o ajudou a montar a estufa, “eu comprava as mudas dele e revendia por aqui. Passou o tempo tive que arrumar mudas em outros lugares. Alguns fornecedores começaram a fazer exigências na quantidade e freqüência que precisei ir trocando. Agora estou a três anos pegando mudas com a Angelita do bairro dos Frades. Eles trazem aqui semanalmente 25 bandejas de vários tipos de alface, couve, repolho, salsinha, cebolinha”, disse.
Ele comentou que no inicio foi difícil arrumar freguesia, mas hoje atende as encomendas por telefone. Os mais vendidos variam com a época do ano ele afirma, “quando está calor sai mais o alface. Quando vai virando para a época do frio, começa a sair mais brócolis, repolho, agrião e chicória. Mas eu já tenho controle, peguei experiência nesse tempo, já sei quando uma bandeja está boa para plantar”.
Os fregueses de Dirceu são bem variados, ele cita que vende para a horta do ISCA faculdade, e do hospital Humanitária, um mercado que planta hortaliças perto do horto florestal para abastecimento próprio, além de vários senhores aposentado de bairros como Cecap, Vila São Luis e Jardim Rossi e Nova Suiça. “Tenho uma reserva pra se alguém chegar aí sem encomendar eu faço a bandeja na hora, mas eu dou preferência para aquele que está comprando sempre, se sobrar ai eu passo pra frente”, disse.

 “Eu trabalho distribuindo as mudas apenas e meu sistema aqui é que a pessoa não trás a bandeja vazia para fazer a troca, ela leva e fica de trazer a bandeja depois, eu fico com o telefone dela agendado, se precisar ligo cobrando”, destacou.


Matéria publicada originalmente na edição 60 Jornal Pires Rural, 31/03/2008-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. 
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Histórico da Escola Rural Prof. Dorivaldo Damm




Dona Fosca Odette Rodrigues Ivers, professora aposentada, precursora da educação na área rural de Limeira, em 1956 prestou concurso municipal e foi lecionar na escola da Fazenda Pinhalzinho e se aposentou em 1983 na Escola Estadual Profº Dorivaldo Damm.  Participa das atividades do Centro Rural de Limeira, foi representante da área rural no Conselho Municipal da Educação (por dois mandatos), desde 1990 acompanha o marido, Waldomiro Jorge Ivers no árduo trabalho de recomposição da mata ciliar e produção de mudas de árvores.
O trabalho de educadora desenvolvido por Dona Fosca, trazia a proposta do professor que fazia uma triagem na matrícula do aluno para estabelecer vínculo com  sua família. “Eu consegui um conceito muito bom como educadora porque eu conhecia a família dos meus alunos, não se tratava de dar aula e ir embora pra casa. Na minha opinião, o vínculo é imprescindível para o sucesso da aprendizagem do aluno”, revela Fosca.

A história
A Escola Mista Estadual do Córrego Bonito, funcionava nos bairro dos Frades, junto à escola municipal do mesmo nome. Em 30 de maio de 1952, começou a lecionar a profa. efetiva daquela unidade escolar, Magdalena de Faria e Souza Tetzner.
“A classe funcionava numa sala grande, porém sem requisitos pedagógicos e higiênicos a  ma sala de aula. A classe estadual era composta de alunos de 2º e 3º anos e os de 1º ano estavam a cargo da professora municipal, ambas as classes funcionavam com número relativamente pequeno de alunos, pois o elemento ali existente mal ultrapassava ao número comum de uma unidade escolar”, conta Fosca.
Nessa ocasião, entra em cena o professor Júlio de Faria e Souza, inspetor aposentado, (pai da professora  Magdalena), conhecedor dos moradores do bairro do Pinhal e circunvizinhos, chegou a conclusão de que duas escolas no bairro dos Frades seria demasiado exagero e que por outro lado o Pinhal estava sendo “prejudicado”, pois havia muitas crianças e jovens analfabetos.
O profo. Júlio fez então um levantamento para saber o número de crianças e logo contabilizou 45, então em nome dos pais, apresentou um recensiamento com mapa  ao Delegado de ensino, profo. Armando dos Santos, por intermédio do inspetor escolar profo. João Costa; idealizando um novo local para a escola, a propriedade do senhor Arthur João Ivers na chácara Pinhal.
Nessa ocasião entra em cena, uma figura importante para o bairro, senhor Guido Tetzner (esposo da profa. Magdalena), o qual se responsabilizou pela reforma do prédio (onde funcionava uma tulhia) cedido pelo senhor Arthur.
O relatório comprovava claramente a necessidade e as vantagens da transferência da escola dos Frades, para a propriedade dos Ivers. O senhor inspetor acompanhado de seu auxiliar profo. Lázaro Duarte do Páteo foi designado para verificar a procedência do pedido. E assim constatada a veracidade dos documentos, então foi autorizada a transferência solicitada.
“Sem banda de música, tampouco rojões, dia 10 de agosto de 1952, modestamente começa a funcionar uma nova escola oferecendo 1º, 2º e 3º séries,  com mobiliário rústico, improvisado com mesas altas, bancos compridos sem conforto (substituídos 20 dias depois da inauguração), abrigou 45 novos alunos felizes por receber as primeiras aulas”, conta.
Entre os colaboradores Dona Fosca menciona o senhor Angelim Santarosa (já falecido), e faz questão de repetir suas  palavras : “Não posso ajudar muito, mas minha contribuição são meus filhos, os quais estou matriculando na nova escola”, são , Olindo,Valter, Ítalo, Everaldo, Hermes, e Maria.
A escola seguiu sua missão, entrava uma turma, saia outra, e aconteceu a mudança de endereço em 1967, para o Centro Rural do Pinhal, passou a chamar E. E.Bº.Santarosa, cujo terreno foi doado pelos irmãos Santarosa. O prefeito atual era o senhor Paulo D’Andrea, então passou a ser oferecido a 4ª série no Centro Rural com duas salas de aula. Lembrando que o Centro Rural já funcionava como uma proposta educacional esportiva e recreativo,  para a comunidade, um projeto audacioso para a área rural e Limeira. Trazia algumas finalidades como evitar o êxodo rural, com assistência do Sesi Cati e Promoção Social do município.

Em 1989 estava para acontecer o que marcaria para sempre a inovação em educação para o bairro do Pinhal. “Eu fui chamada na Secretaria da Educação para participar do projeto que instalaria  o “ginásio”(5[ a 8ª séries). À partir daí houve uma mudança cultural muito forte no bairro, tratava-se de um projeto arrojado para um bairro rural, e assim demos início a mais uma etapa no processo educacional. Ainda me lembro da primeira matrícula, Antônio da Rocha. Formamos duas 5ª séries, consideradas classes de ouro”, relembra. 



Matéria publicada originalmente na edição 60 Jornal Pires Rural, 31/03/2008-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. 
Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Grupo de servas completa 50 anos




Neste ano o Grupo de Servas
da igreja Luterana Cristo- Pires completará 50 anos. O Grupo começou com o trabalho do pastor Nilo Estrello com o objetivo de cuidar das instalações da igreja, dos trabalhos, a comunhão entre as servas. Com o tempo, as necessidades foram moldando os trabalhos e estabelecendo um vínculo forte entre as mesmas. Houve mudanças no calendário para os encontros que aconteciam mensalmente, a amizade se intensificou junto com a missão de contribuir com outras congregações. Então, o grupo organiza almoços de confraternizações, festa junina (envolvendo jovens), lazer familiar (semestral), auxílio ao grupo de jovens, apresentações artísticas das servas nas noites artísticas (organizadas pelos jovens).
Nadine Ana Sass Hamann, presidente do Grupo de Servas destaca as responsabilidades da mulher moderna em relação à família e o papel da líder em ouvir, saber compreender e ajudar o próximo. “ Às vezes, a soma dessas responsabilidades nos pesa sobre os ombros, diante das exigências e pressões que a mulher sofre. A mulher cristã, que vive uma situação dessas, necessita de muita sabedoria de Deus para administrar bem o seu tempo e saber traçar prioridades para sua vida”, afirma Nadine.
Dona Mathilde Herget participa como serva, colabora com as missões e acompanha tudo através da revista da Liga de Servas Luteranas do Brasil e elogia as palestras para orientações. Relembra a época em que ia para a igreja a pé numa caminhada de 2 horas e o pastor vinha de São Paulo uma vez por mês. Lamenta  não receber os visitantes de outras Congregações em sua casa como antigamente nos Encontrões. “ Era um prazer muito grande receber os convidados em casa, nós conhecíamos outras pessoas, fazíamos amizades, recebíamos com muito carinho”, afirma Mathilde.

Liderar o trabalho das Servas no ano em que o Grupo completa 50 anos coloca a presidente Nadine num papel importante e especial. “ Quero agradecer a Deus por conseguirmos manter o trabalho com força e vida. Pra mim é um motivo de alegria estar liderando esse trabalho no ano que o grupo completa meio século de atividades. Que Deus abençoe todas as mulheres no dia 08 de março”, revela Nadine.

Matéria publicada originalmente na edição 58 Jornal Pires Rural, 15/03/2008-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. 
Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

Senzala Moderna

Os trabalhadores chegam á Fazenda no lombo de um caminhão, depois de horas de viagem. Tão logo avistam a área a desmatar, iniciam a primeira tarefa: construir o próprio alojamento. Só aí podem descansar seus corpos esgotados em redes, protegidos do sol e da chuva por uma lona preta esticada em pedaços de pau. O dia-a-dia é duro e requer energia. Mas a fome jamais se sacia somente pelo arroz e feijão ingeridos religiosamente no almoço e no jantar. A água para cozinhar, lavar o copo e matar a sede provém da mesma fonte utilizada pelos animais que procuram aliviar o calor. Os maços de cigarro e os litros de aguardente comprados a preços superfaturados na venda  vão corroendo o esperado salário no fim do mês. Também está devidamente registrado em um caderninho o custo do transporte, que parecia gentileza do patrão. No final das contas, invertem-se os papéis. É o empregado quem deve ao empregador. Então só restam duas alternativas: labutar ou fugir.
No aniversário de 120 anos da canetada da Princesa Isabel, que acabou legalmente com a escravidão no Brasil, o número de pessoas que ainda hoje trabalham de maneira forçada em fazendas do interior do país não é nada desprezível.
Desde 1995, quando o governo federal reconheceu perante a Organização das Nações Unidas (ONU) a existência de escravos em seu território, mais de 27 mil pessoas já foram literalmente libertadas em operações dos chamados “grupos móveis” do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Composta por fiscais e procuradores do Trabalho, além de policiais federais que garantem a segurança da expedição, uma blitz como essa é feita de surpresa e pode durar vários dias. Geralmente é motivada pela denúncia de alguém que escapou de uma fazenda a um sindicato ou a um centro de defesa de direitos humanos, que alertam as autoridades em Brasília. No ano passado, os números oficiais bateram recordes: 5.877 resgatados. Estatística que não deixa dúvida quanto á atualidade do problema.
Os escravagistas modernos não são pequenos produtores sem dinheiro para bancar o gasto com seus funcionários, como se poderia pensar. Ao contrário, investidores capitalizados e grupos empresariais de porte ainda teimam em recrutar trabalhadores desesperados, deixando de honrar seus direitos básicos. O objetivo é simples: elevar os lucros à enésima potência. Até representantes da linha de frente do poder público têm o dedo metido nessa ferida. É o caso do senador João Ribeiro (PR-TO) e do deputado federal Inicêncio Oliveira (PR-PE), para citar5 gente de peso na cena política nacional. Ambos estão envolvidos em processos na Justiça decorrentes de fiscalizações do grupo móvel que encontraram escravos em suas terras.
A identidade desses maus e ás vezes ilustres patrões só vem á tona graças á temida “Lista Suja” do MTE. Regulamentada pela portaria 540/2004, ela consiste num cadastro de empregadores flagrados pela prática desse crime, e é atualizada em média a cada seis meses. Na sua edição mais recente, disponível no site do ministério, ela torna público os dados de 189 pessoas físicas e jurídicas que incidiram nessas irregularidades. Para se ter noção do poder de fogo desses empregadores, uma das dez maiores fabricantes de produtos lácteos do país, a Leitbom, está na última divulgação. Assim como o Grupo Soares Penido, que controla a viação Pássaro Marrom, entre outras empresas.
Uma vez citado na Lista Suja, o infrator permanece por pelo menos dois anos. Se todas as pendências forem resolvidas, durante esse período, seu nome pode enfim ser retirado. Alguma Instituições Financeiras privadas também vêm trilhando o mesmo caminho, ao tachar a utilização de mão-de-obra escrava como fator de risco quando analisam pedidos de concessão de crédito. Em dezembro de 2005, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) assinou uma declaração de intenções pela qual recomendava a seus associados a adoção de medidas de restrição a quem estivesse na Lista Suja.
Prova recente da ameaça á saúde econômica que o cadastro do MTE  representa a empreendimentos flagrados com trabalho escravo é o caso da usina Pagrisa, localizada no município de Ulianópolis, a 390 quilômetros de Belém (PA). No dia 30 de julho de 2007, o grupo móvel resgatou 1.064 cortadores de cana-de-açúcar da plantação que abastecia a destilaria, capaz de produzir 50 milhões de litros de álcool  por ano. Foi, simplesmente, a maior libertação de que se tem notícia desde que o combate a esse crime entrou  para agenda do Estado brasileiro.
Menos de uma semana após a fiscalização, a Pagrisa sofreu um golpe baixo ao perder um de seus principais clientes: nada mais, nada menos do que a Petrobras. A medida atendia á política de responsabilidade social da empresa, que nos contratos celebrados com seus fornecedores coloca cláusulas exigindo o total cumprimento de normas trabalhistas e sociais.
A decisão da Petrobras   de suspender a compra de álcool da Pagrisa não tirou o sono apenas dos donos da usina, mas ecoou também nos corredores do Congresso Nacional. Um dos passos mais significativos nessa direção aconteceu em maio de 2005, quando a OIT, em parceria com o Instituto Ethos e a Ong Repórter Brasil, lançou o pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. Atualmente, mais de 100 empresas são signatárias do documento pelo qual se comprometem a afastar de suas cadeiras produtivas os insumos elaborados á custa de exploração desumana de mão-de-obra. Uma parcela expressiva do PIB nacional se engajou nessa luta, já que Petrobras, Vale, Pão de Açúcar, entre outras grandes corporações, aderiram á causa.
Estabelecer cláusulas em contratos de compra e venda, que prezam pelo respeito ao trabalho decente, é a medida mais comum. Só que algumas empresas vão além. A direção do Wal-Mart Brasil chegou a sentar á mesa com os frigoríficos que abastecem suas lojas para exigir que eles consultem a Lista Suja ao negociar com um pecuarista. Esse temor tem uma boa justificativa. A esmagadora maioria dos empregadores do cadastro do MTE se dedica á criação de bois. Um dos fornecedores, que mantinha relações comerciais suspeitas, foi barrado pela rede de hipermercados porque não se mostrou disposto a colaborar.
Os avanços conquistados no combate ao trabalho escravo desde o surgimento da Lista Suja levou outros setores da administração pública a imitar, no bom sentido, a iniciativa do MTE. No dia 22 de dezembro/07 , o Ministério do meio Ambiente (MMA) deu um presente de Natal adiantado aos ecologistas. A titular da pasta, Marina Silva, anunciou a criação de um plano para conter o desmatamento da Amazônia que vai monitorar 32 municípios considerados prioritários para a preservação da floresta. Um dos pilares dessa nova idéia consiste justamente na divulgação de uma lista com os nomes dos proprietários que derrubam árvores além do permitido por lei
Outro órgão que vai participar dessa empreitada é o instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Ele vai ter a missão de atualizar o cadastro dos imóveis rurais localizados pelo MMA. Para regularizar sua situação, o fazendeiro será obrigado a apresentar coordenadas georreferenciadas de suas terras, o que permitirá ao poder público identificar se houve ou não desmatamento ilegal. Quem não se recadastrar ficará impedido de realizar qualquer transação com o imóvel. E aqueles que forem pegos com a boca na botija, devastando a Amazônia, entrarão numa nova Lista Suja.
Infelizmente, ainda vai levar um tempo até que sejam extirpadas todas as práticas ilegais que acontecem em lugares recônditos do Brasil, onde o Estado não faz nem sombra, e é historicamente incapaz de garantir direitos mínimos á população. A certeza de impunidade é um dos principais alimentos da sanha desses produtores que não medem esforços para lucrar mais e mais. Sujar seus nomes na praça tem se mostrado a única saída para educa-los.
Carlos Juliano Barros

Rolling Stone Brasil, fev/2008  

Matéria publicada originalmente na edição 58 Jornal Pires Rural, 15/03/2008-www.dospires.com.br]
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Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

Quaresma – Pausa para um check-up




Check-ups periódicos da saúde corporal são altamente recomendáveis. A Quaresma, por sua vez, convida para um check-up espiritual, proposto por Jesus no seu Sermão do Monte, em quatro itens básicos da vida santificada (conforme Mateus 6:1-21), num contexto em que pessoas se julgavam agradáveis a Deus simplesmente por praticarem ritos e prescrições eclesiásticas e, por isso mesmo, rejeitavam a Jesus.
As melhores ações humanas “são como trapos da imundícia” (Isaías 64:6). Mesmo externamente boas, podem esconder uma motivação distorcida. Não há mérito sem Cristo. Esta é a chocante realidade que o Check-Up proposto revela:
1. No dar“quando deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas... para serem glorificados pelos homens” (v.2). Se alguém ajuda para ser elogiado ou para alcançar mérito diante de Deus, “já recebeu a recompensa”, sentencia Jesus.. Querem ser vistos? São vistos, e só! Dar não é para desencargo de consciência ou livrar da importunação. Dar é um ato de culto amoroso a Deus nos irmãos necessitados.
2. Na oração – “quando orardes, não sereis como os hipócritas... para serem vistos dos homens” (v. 5). Oração é um dialogo permanente com Deus. Não é espetáculo de repetições e gritarias para glória pessoal. O Pai-nosso, que Jesus ensina (vs. 9 a 13), sugere uma postura humilde, de total dependência de Deus: “Seja feita a tua vontade”. É estranho e incoerente o espetáculo de oração em que pessoas se exibem e fazem “sucesso” com o nome de Deus. Deus não precisa ouvi-los. Sua recompensa é serem ouvidos pelos homens.
3. No Jejum – “quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer que jejuam” (v 16). Jejuar é excelente exercício de auto-domínio. Um bocado apetitoso é tentador. Precisamos reaprender a dizer não; a reconsiderar a idéia de fazer tudo o que desejamos (hedonismo), desde que com alguma precaução (ex.: camisinha, não dirigir bêbado etc.). Fartos e gordos de prazer, marchamos para a ruína! Jejum proveitoso é negar-se, ou “não comer para dar de comer”. Porém, não será para alcançar a graça divina, pois se alguém jejua ou se flagela para “aparecer”, sua grande recompensa será ser visto sangrando ou com grandes olheiras!
4. O apego do coração – “Não acumuleis tesouros sobre a terra... mas ajuntai tesouros no céu... porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (vs. 19-21). O materialismo e a ganância não depositam na poupança celestial. E não têm seguro aqui. Provam-no as delegacias e os cemitérios. Infelizmente há igrejas cuja pregação está centrada no dinheiro. Os tesouros eternos estão em Jesus Cristo. São revelados e ofertados em sua Palavra e sacramentos.
Então, tudo OK com o seu check-up?
Na verdade, somente Jesus pode tirar nota 10. Ele não deu apenas esmola; deu-se a si mesmo como oferta pelo pecado. Ele amanhecia orando a sós, por causa da comunhão com o Pai e por amor aos seus, a nós. Ele jejuou 33 anos do conforto celestial, para proporcioná-lo a todos os que nele crerem, eternamente. Mas Ele não é apenas exemplo de check-up nota 10. Ele é nosso substituo (morreu em nosso lugar) no check-up para o céu. E quem vê nEle a sua perfeição, também já aqui pode dar com autêntico amor, orar com humildade, jejuar com compaixão e investir na eternidade.

Pastores Osmar Schneider – Igreja Luterana Cristo – Pires - Limeira
Renato Leonardo Regauer – Sapiranga – RS

Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB)



Matéria publicada originalmente na edição 58 Jornal Pires Rural, 15/03/2008-www.dospires.com.br]
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A comercialização de orgânicos




A ciência não comprovou que os produtos orgânicos façam bem à saúde, mas já comprovou que o excesso de pesticidas encontrado nos alimentos faz muito mal á saúde. Em tempos que os córregos estão contaminados por metais pesados entre outros, o leite comercializado é impróprio para o consumo, exigir a procedência dos alimentos por nós consumidos deixou de ser uma neurose ou frescura. Resultados preliminares de uma pesquisa realizada pela Universidade de Newcastle, no Reino Unido, com financiamento da União Européia, a pesquisa indica que frutas e vegetais orgânicos possuem, em relação aos seus similares não-orgânicos, até 40% mais antioxidantes – substâncias relacionadas à diminuição dos riscos de câncer e de doenças cardiovasculares. O leite orgânico, por exemplo, pode conter até 80% mais antioxidantes do que o comum. O estudo, que começou há três anos, ainda está em andamento, a previsão é que seja finalizado em 2008.
José Roberto Dalfré, engenheiro mecânico, nem imaginava a existência dos produtos orgânicos quando foi trabalhar na fazenda Santa Tereza do Alto em Itupeva em 1999. Trabalhando na manutenção e criação de tudo o que envolvia a produção de orgânicos, a fazenda havia adquirido o certificado e produzia muitos alimentos, então, Dalfré foi convidado a distribuir os alimentos ali produzidos. “Começamos com uma feira em Itupeva, depois a feira de Piracicaba e a de Limeira (em frente ao Vô Lucatto), naquela época eu batia de porta em porta oferecendo os produtos para a dona de casa conhecer e consumir, assim formei meus consumidores e a Terra e Vida”.
O consumidor de produtos orgânicos apresenta poder aquisitivo médio, alto. Para Dalfré, o importante é ter consciência em relação ao poder aquisitivo, segundo o distribuidor, a dona de casa tem que saber comprar e ter consciência do quanto pode investir semanalmente no consumo de alimentos, sem desperdício. A comparação é entre aquele consumidor que compra em excesso um produto que está na oferta e não consegue consumir todo o montante, provocando perda, e aquele consumidor que sabe o valor e quantidade que consome durante a semana, sem desperdício.” O produto convencional não é tão resistente ao tempo de conservação do que o orgânico que oferece maior resistência por permanecer mais tempo no solo, ter maior consistência, não apresenta deficiência de nutrientes.A cenoura dura em média 70 dias na geladeira (armazenada adequadamente) enquanto a convencional costuma durar 30 dias, a batata vem suja de terra sem conservantes, permanecendo o sabor por mais tempo”, afirma.
Consumir orgânicos vai além de ingerir alimentos sem agrotóxicos, envolve um estilo de vida que propõe entender todo o ciclo de produção desde o comportamento de quem adotou esse sistema de produção e certificação até o entendimento de que para se consumir esses produtos as pessoas precisam adotar um comportamento diferenciado perante o senso comum. O que normalmente classifica os consumidores de produtos convencionais, segundo Dalfré, é a falta de disciplina e hábitos que os levam a consumir qualquer produto por não esperar pela safra do produto desejado naquele momento.

Limeira não tem produtor de orgânicos, chegou a ter um produtor de laranjas ( em outro município). “Os produtores que fazem propaganda de produtos sem agrotóxicos e naturais têm enganado os consumidores que acabam encontrando adubo, uréia e Randup para o mato; tenho ouvido muitos depoimentos de consumidores que se enganam com essas propagandas, eu só comercializo produtos certificados para ter garantia do que estou oferecendo”, afirma.


Matéria publicada originalmente na edição 51 Jornal Pires Rural, 15/09/2007-www.dospires.com.br]
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domingo, 10 de janeiro de 2016

Agricultores de Engenheiro Coelho


Trator tipo Plantadeira

Agricultores de Engenheiro Coelho contemplados com equipamentos para aumentar a patrulha rural foram homenageados com a chegada dos equipamentos e na ocasião um churrasco foi oferecido no salão da terceira idade da cidade.
Os implementos roçadeira, pulverizador e barra de pulverização, plantadeira de milho para plantio direto e um trator serão utilizados pelos associados das duas associações das microbacias hidrográficas, ao total serão 55 membros beneficiados. Pela Associação da Microbacia do Córrego do Guaiquica falou seu presidente Orides Cardoso de Moraes, “Essas maquinas são importantes para os pequenos produtores. Para aquele pessoal que tem de 1 a 3 alqueires de terra. Vários deles irão se beneficiar. Além do trator temos a plantadeira de milho que utilizaremos para plantar soja, ela também veio para incentivar o plantio direto. Acho muito importante esse tipo de pratica porque evita, por exemplo, o assoreamento dos córregos. Utilizo esse tipo de plantio em minha propriedade”, comenta.
Outro presidente de Associação da Microbacia do Córrego dos Corrêa Irineu Andrade destaca que “Vamos trabalhar em conjunto para que os produtores do município sejam favorecidos, primeiramente aqueles que fazem parte da associação. Para melhor aproveitamento estamos pensando em fundir as duas associações (Guaiquica e Corrêa) para que não fique naquela “Ajuda uma e não ajuda a outra”. Além de poder contar com o apoio para as duas associações da Eng. Agr. Margarida Paes, da Casa da Agricultura. Produzimos entre outros laranja, mandioca e milho. Torço pelo sucesso no uso desses equipamentos sei que muitos tem seu tratorzinho, mas tem certa deficiência, os equipamentos e a assistência técnica vem para auxiliá-los em muito.
Luis Oda, presidente do Conselho Rural de Engenheiro Coelho, foi um dos incentivadores para a parceira de sessão dos equipamentos ser viável entre prefeitura e agricultores. Ele comentou que “A entrega desses equipamentos pela prefeitura mostra o apoio aos agricultores e alivia a prefeitura na administração dos problemas da área rural. Cabe as associações definir onde e como utilizar a patrulha rural. Foi um exemplo que trouxe de Artur Nogueira, pois participo das reuniões do Conselho Rural Regional e pensando em copiar o que tem de melhor e trazer para cá. Ainda é pequeno o numero de maquinas e a idéia é que não fique sendo administrado pela prefeitura, um dos pontos do acordo. Inicialmente a prefeitura cederia um tratorista ate as associações formarem um caixa e se tornar independente. Como foi dito serão duas Associações beneficiadas, que trabalharão em conjunto mais o apoio da assistência técnica da Casa da Agricultura”, conclui.
O diretor da Casa da Agricultura Adailton Fávero salientou que “Fomos atrás da parte mais necessária no momento que é a plantadeira. Necessitamos de mais implementos, mas já é um começo. Temos em vista novos projetos e mais equipamentos. Isso é importante porque nossa região é agrícola e isso representa 95% de arrecadação para o nosso município. O prefeito Mariano Franco de Oliveira esta dando total apoio a agricultura que hoje estamos fazendo esta homenagem aos agricultores”.

Para o prefeito de Engenheiro Coelho Mariano Franco de Oliveira “Essa é uma contribuição da prefeitura para os produtores rurais de médio e longo prazo. Para melhorarem as suas terras e ampliarem a renda. Isso é parte de nossa meta de governo. Programa serio voltado para todos do município. O setor agrícola sempre colabora para aumento de nosso ICMS. Pelo nosso incentivo eles produzem mais e o município arrecada”, finaliza.


Matéria publicada originalmente na edição 51 Jornal Pires Rural, 15/09/2007-www.dospires.com.br]
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Gente que faz história




O Jornal Pires Rural vem realizando um trabalho de registro de pessoas que estão fazendo história com atuação política para o município e que, muitas vezes, passam despercebidas quando a população é vista como um todo. A proposta é registrar momentos das vidas desses personagens para que eles possam sair do anomimato e despertar habilidades e talentos adormecidos para os leitores deste veículo.
O Sr. Nilo Faber, agricultor, ex-presidente do Sindicato Rural de Limeira, ambientalista
Presidente da comunidade do bairro Lagoa Nova no período de 1969 a 1999, uma pessoa que fez história para Limeira e conta algumas experiências dos 80 anos de vida. Casado com Joana  Arnosti Faber há 55 anos, ainda residem no bairro e na mesma propriedade da família, desde 1928. Bisneto de franceses e alemães, os antepassados vieram para a fazenda Pinhal, ajudaram a fundar a Santa Helena e outras colônias de imigrantes europeus no município, “As colônias eram formadas na tentativa de manter os hábitos e costumes dos imigrantes para que eles se sentissem mais próximos de seu país e o que aprenderam por lá”, afirma Sr. Nilo. Os avós maternos já moravam no bairro Lagoa Nova quando os pais se casaram em 1913 e passaram a morar na colônia da fazenda, onde hoje ainda existe a capela de Nossa Senhora das Dores ( desde 1910, padre Sebastião Celso Cabral de Vasconcelos está na comunidade há 40 anos), doação do avô para a capela e antiga escola do bairro  (hoje desativada).
Sr. Nilo nos relatou fatos marcantes em sua vida como a importância da conclusão dos 3 anos de estudos na escola do bairro. Com nostalgia, recorda o papel que a professora Isaura representou para sua vida. “ Meu avô doou o terreno para a escola e para o Estado administrar e a professora Isaura Gaisi, de Piracicaba mudou-se para o bairro e aqui permaneceu por 18 anos. A classe era mista e tinha muitos alunos. Eu me lembro muito bem do dia em que o inspetor veio e pediu para que ela diminuísse o número de alunos e, com muita tristeza, ela conseguiu diminuir apenas três”, afirma Sr. Nilo.
Com a participação das famílias Candioto, Crivelari, João Pastor, Valdir Salviatti, Sr. Nilo esteve à frente dos trabalhos na comunidade. Liderou os trabalhos com dificuldades e muitas conquistas, que podemos classificar como uma gestão empreendedora num tempo em que  as pessoas participavam das festa locais para se encontrarem, desgustar boa comida e ouvir músicas ao som de toca discos 78 rotações . “ Quando assumi a comunidade, a capela era pequena e, aumentamos fazendo uma estrutura por fora. Usamos vigas de 30x30cm (quadrada), não tínhamos energia elétrica, as festas eram realizadas durante o dia apenas aos domingos. O fazendeiro Humberto Ambruster, que tinha uma propriedade perto da capela, apareceu aqui em casa com a proposta de trazermos energia para a capela. Convoquei a diretoria com urgência e cada um contribuiu com uma parte do valor total e depois o caixa da capela repôs, e , como todos os proprietários tinham comprado com o Darci da elétrica, ele nos favoreceu no prazo e pagamento”, afirma Sr. Nilo.
Sobre a organização das festas, Sr. Nilo conta que o trabalho só aumentou. Graças à qualidade dos serviços, a festa reunia cada vez mais pessoas. Conta que começou sua gestão com 35 frangos assados e terminou com 400 e, de 4 leitoas, para 30 unidades vendidas. “ Nós tínhamos muitos problemas com os vendedores ambulantes, mas conseguimos controlar com ajuda da prefeitura; um grande desperdício de garrafas e copos de vidro foi controlado com a construção de uma barraca (hoje o barracão onde são realizadas as festas) para o público participar”, afirma
A festa era realizada no mês de setembro, mês próximo das eleições, então o evento recebia os políticos candidatos nas eleições com intenções de votos. “ Os candidatos vinham com a intenção de pregar cartazes nas árvores e prometiam gastar muito na festa, mas eu nunca vi político gastar dinheiro à vontade”, afirma.
Quando o assunto é colaboração da prefeitura na época, Sr. Nilo conta do ex-prefeito Memau ( Valdemar Matos Silveira) que ajudou muito a comunidade quanto aos pedidos. “ No tempo do Memau, nós precisávamos fazer os sanitários. Eu recorri a ele, mas não havia justificativa para a prefeitura mandar o material e a mão-de-obra; então chegamos à conclusão de que a capela pagaria o material e a prefeitura arcou com a mão-de-obra com a justificativa de que estava fazendo uma obra para a comunidade”,conta.  

   

Matéria publicada originalmente na edição 49 Jornal Pires Rural, 31/08/2007-www.dospires.com.br]
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