Jornal Pires Rural - Há 13 anos revelando a agricultura familiar

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Gente que faz história




O Jornal Pires Rural vem realizando um trabalho de registro de pessoas que estão fazendo história com atuação política para o município e que, muitas vezes, passam despercebidas quando a população é vista como um todo. A proposta é registrar momentos das vidas desses personagens para que eles possam sair do anomimato e despertar habilidades e talentos adormecidos para os leitores deste veículo.
O Sr. Nilo Faber, agricultor, ex-presidente do Sindicato Rural de Limeira, ambientalista
Presidente da comunidade do bairro Lagoa Nova no período de 1969 a 1999, uma pessoa que fez história para Limeira e conta algumas experiências dos 80 anos de vida. Casado com Joana  Arnosti Faber há 55 anos, ainda residem no bairro e na mesma propriedade da família, desde 1928. Bisneto de franceses e alemães, os antepassados vieram para a fazenda Pinhal, ajudaram a fundar a Santa Helena e outras colônias de imigrantes europeus no município, “As colônias eram formadas na tentativa de manter os hábitos e costumes dos imigrantes para que eles se sentissem mais próximos de seu país e o que aprenderam por lá”, afirma Sr. Nilo. Os avós maternos já moravam no bairro Lagoa Nova quando os pais se casaram em 1913 e passaram a morar na colônia da fazenda, onde hoje ainda existe a capela de Nossa Senhora das Dores ( desde 1910, padre Sebastião Celso Cabral de Vasconcelos está na comunidade há 40 anos), doação do avô para a capela e antiga escola do bairro  (hoje desativada).
Sr. Nilo nos relatou fatos marcantes em sua vida como a importância da conclusão dos 3 anos de estudos na escola do bairro. Com nostalgia, recorda o papel que a professora Isaura representou para sua vida. “ Meu avô doou o terreno para a escola e para o Estado administrar e a professora Isaura Gaisi, de Piracicaba mudou-se para o bairro e aqui permaneceu por 18 anos. A classe era mista e tinha muitos alunos. Eu me lembro muito bem do dia em que o inspetor veio e pediu para que ela diminuísse o número de alunos e, com muita tristeza, ela conseguiu diminuir apenas três”, afirma Sr. Nilo.
Com a participação das famílias Candioto, Crivelari, João Pastor, Valdir Salviatti, Sr. Nilo esteve à frente dos trabalhos na comunidade. Liderou os trabalhos com dificuldades e muitas conquistas, que podemos classificar como uma gestão empreendedora num tempo em que  as pessoas participavam das festa locais para se encontrarem, desgustar boa comida e ouvir músicas ao som de toca discos 78 rotações . “ Quando assumi a comunidade, a capela era pequena e, aumentamos fazendo uma estrutura por fora. Usamos vigas de 30x30cm (quadrada), não tínhamos energia elétrica, as festas eram realizadas durante o dia apenas aos domingos. O fazendeiro Humberto Ambruster, que tinha uma propriedade perto da capela, apareceu aqui em casa com a proposta de trazermos energia para a capela. Convoquei a diretoria com urgência e cada um contribuiu com uma parte do valor total e depois o caixa da capela repôs, e , como todos os proprietários tinham comprado com o Darci da elétrica, ele nos favoreceu no prazo e pagamento”, afirma Sr. Nilo.
Sobre a organização das festas, Sr. Nilo conta que o trabalho só aumentou. Graças à qualidade dos serviços, a festa reunia cada vez mais pessoas. Conta que começou sua gestão com 35 frangos assados e terminou com 400 e, de 4 leitoas, para 30 unidades vendidas. “ Nós tínhamos muitos problemas com os vendedores ambulantes, mas conseguimos controlar com ajuda da prefeitura; um grande desperdício de garrafas e copos de vidro foi controlado com a construção de uma barraca (hoje o barracão onde são realizadas as festas) para o público participar”, afirma
A festa era realizada no mês de setembro, mês próximo das eleições, então o evento recebia os políticos candidatos nas eleições com intenções de votos. “ Os candidatos vinham com a intenção de pregar cartazes nas árvores e prometiam gastar muito na festa, mas eu nunca vi político gastar dinheiro à vontade”, afirma.
Quando o assunto é colaboração da prefeitura na época, Sr. Nilo conta do ex-prefeito Memau ( Valdemar Matos Silveira) que ajudou muito a comunidade quanto aos pedidos. “ No tempo do Memau, nós precisávamos fazer os sanitários. Eu recorri a ele, mas não havia justificativa para a prefeitura mandar o material e a mão-de-obra; então chegamos à conclusão de que a capela pagaria o material e a prefeitura arcou com a mão-de-obra com a justificativa de que estava fazendo uma obra para a comunidade”,conta.  

   

Matéria publicada originalmente na edição 49 Jornal Pires Rural, 31/08/2007-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. 
Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

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