Jornal Pires Rural - Há 13 anos revelando a agricultura familiar

sábado, 21 de maio de 2016

Grupo de Artur Nogueira visita granja caipira de Limeira



Grupo de Artur Nogueira visita granja caipira de Limeira

A engenheira agrônoma responsável pela CATI de Artur Nogueira, Roseli Paes solicitou uma visita a uma granja de criação de aves no sistema caipira com o intermédio da Ong Viva Pires. Na ocasião cerca de 30 interessados estiveram presente na Ong para em seguida se dirigir ao local da granja. Chegando à propriedade de Zelinda Costa Ferreira, ela contou como é o seu procedimento no cuidado com as aves onde cria desde pintinhos até a engorda para revenda. No grupo estava presente o veterinário Dr. Alexandre Pissarra Scatena que esta fomentando um grupo para a futura formação de uma associação que terá o objetivo de criar e vender as aves ao mercado da região. No sítio, houve muita conversa sobre o sistema de criação de aves e os possíveis caminhos que poderiam seguir na regulamentação do grupo. Quem quiser saber mais detalhes desse grupo pode entrar em contato com a Casa de agricultura de Artur Nogueira pelo fone (19) 3877-1070 ou email: ca.arturnogueira@cati.sp.gov.br.

Matéria publicada originalmente na edição 75 Jornal Pires Rural, 15/06/2009-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

Milho transgênico ou convencional? Qual é o melhor para o produtor?




Liberado para plantio pelo Governo Federal através de normas impostas pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, maior autoridade em biossegurança do país) o milho de tecnologia Bt (sigla para Bacillus thuriengensis), pela qual um gene não existente na planta é inserido no DNA de algumas variedades de milho está sendo plantado pela primeira vez no município de Limeira.

De acordo com Gilberto Carlini da Carlini Assessoria em Agronegocios de Artur Nogueira, “Quem plantou milho transgênico em nossa região está fazendo testes com o produto, pois será a primeira safra com esse grão. Acredito que houve uma adesão de 9 a 10% de produtores a essa tecnologia. Em minha opinião, o produtor vai se dar bem e não vai querer trocar porque ele rende 20% a mais. Esse milho chega num momento em que o produtor esta descapitalizado, quem tem laranja sofre com o preço de venda, quem plantou milho sofre com a alta no preço dos adubos”.



Visitamos uma propriedade no bairro Nova Campinas, área rural de Limeira, divisa com Cosmópolis, e lá encontramos o agricultor Neuton Bratfisch que contou sua recém experiência com o milho de tecnologia Bt. São ao todo 46 anos lidando com a roça de milho e há 16 anos fazendo plantio direto em uma área vizinha a sua residência. Neuton plantou 50 alqueires de milho transgênico e 6 alqueires de milho convencional como borda, seguindo as normas passadas pelos fornecedores de sementes. Na hora da colheita, foram misturadas as duas variedades e entregue a um comprador de Sumaré. Ele conta, “eu uso adubo comum, plantadeira comum, tudo o meu negocio é comum. Estamos no sistema antigo, não fazemos aplicação de venenos e esse ano não foi diferente, tive uma quebra de 100 sacos no milho convencional e zero no transgênico. Estou calculando que gastei cerca de R$12,00 para produzir cada saco. O milho colhido é robusto, bonito, um ótimo resultado de 400 sacos por alqueires, enquanto do outro foi 340”.
Neuton está bem contente com o resultado obtido com a nova variedade, espera plantar novamente na próxima safra. Na opinião do consultor Gilberto Carlini diz “ao meu ver não existe outro caminho, se o produtor quiser ter ganhos. Quem não plantar (a variedade de milho Trangênico) em 3 anos está fora do mercado. Não terá uma safra rentável e nem sucesso economicamente”.

Ação transgênica
A missão dessa nova tecnologia é que a proteína Bt possa criar toxinas inseticidas que matam três tipos de lagarta quando elas ingerem qualquer parte da planta. Mas o assunto se torna polêmico quando levanta questões que a tecnologia promete reduzir o número de aplicações de veneno nas lavouras, e os riscos sobre os milhões de toneladas que não são transgenicos e vão entrar na cadeia de produção de alimentos.
Um problema detectado na lavoura foi o risco real de contaminação de plantações convencionais ou orgânicas por plantas transgênicas. A possibilidade de uma planta polinizar outra cria dúvidas sobre as garantias reais de que a lavoura convencional não receberá pólen transgênico.
O assunto traz também uma enorme ameaça para boa parte da indústria de alimentos, cujo esforço tem sido de evitar a rotulagem de seus produtos com o selo indicador de existência de transgênico, se enquadrando nos limites de até 1% de organismos geneticamente modificados (OGM) na composição dos alimentos processados.
O tema ainda envolve risco de perda de contratos (o que já ocorreu com produtores de soja) e até o direito de produtores que não queiram adotar a tecnologia de companhias multinacionais de biotecnologia, como Monsanto, Syngenta, Bayer e outras.

Milho foi proibido na Alemanhã
O milho Bt Mon 810, tecnologia de propriedade da multinacional Monsanto, teve a autorização de cultivo revogada recentemente na Alemanha. Esse foi o sexto país da União Europeia, região que já havia aprovado o uso da tecnologia, a revogar a autorização para o plantio. Além de proibido em solo alemão, a autorização para o cultivo também foi suspensa em Luxemburgo, Hungria, Áustria, Grécia e França. O milho vetado pelo governo alemão possui o mesmo gene inserido no DNA de variedades de milho cultivado neste momento no Brasil. Em algumas regiões do Paraná, o plantio de milho com a tecnologia atingiu 40% da área plantada.

A verdade é que não há tecnologia nova livre de risco. A biotecnologia agrícola tem mostrado até agora que seus benefícios superam seus riscos, com um detalhe, como cada transgênico é diferente do outro, o passado não garante o futuro.


Matéria publicada originalmente na edição 75 Jornal Pires Rural, 15/06/2009-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

Sub-bacia do Ribeirão dos Pires é classificada área periurbana

A sub-bacia do Ribeirão dos Pires foi objeto de estudo para o Prof.  Ricardo José Contijo Azevedo para tese de mestrado concluída em 2008. A determinação da sub-bacia do Ribeirão dos Pires como objeto de estudo, partiu de uma série de condicionantes favoráveis, como a importância histórica que a área possui para os imigrantes, sobretudo os alemães; a relevância ambiental da área para a manutenção do abastecimento de água em Limeira; e principalmente, as constantes transformações sócio-espaciais apresentadas nos últimos anos em virtude do crescente processo de urbanização disseminado pelos loteamentos de chácaras de recreio.
O recorte temporal da pesquisa está compreendido entre os anos de 1978 a 2006. Como ponto de partida, para a realização dos mapeamentos, foi definido o ano de 1978 em virtude da disponibilidade de fotografias aéreas do referente ano.
Para o desenvolvimento do trabalho foram utilizados diferentes instrumentos de pesquisa como a revisão bibliográfica, realização de trabalhos de campo, aplicação de entrevistas, e ainda a utilização do software ArcGIS, versão 9.1. Dentre os materiais utilizados na pesquisa pode-se citar: imagens de satélite, fotografias aéreas, cartas topográficas, GPS, entre outros a compreensão dos processos sócio-espaciais vigentes. Assim, foram entrevistadas pessoas em diferentes pontos da sub-bacia, na parte urbanizada localizada no interior do perímetro urbano, e na parte que transcende a delimitação, nas porções localizadas no interior da bacia, como os moradores mais antigos do bairro; os donos de estabelecimentos comerciais nas vias de comunicação da sub-bacia; produtores de laranja; arrendatários de áreas destinadas ao cultivo de cana-de-açúcar e os donos das chácaras de recreio. Além disso, tornou-se necessária a entrevista com representantes do poder público, como forma de subsidiar a compreensão do processo de expansão urbana da sub-bacia.
Não sendo interesse da pesquisa delimitar tipos específicos de culturas, optou-se por separá-las somente em cultivo temporário e perene. Para que se analisasse a dinâmica de expansão urbana, os tipos de uso urbano foram subdivididos em consolidado e não consolidado.
Analisando o mapa de ocupação e uso da terra de 1978, percebe-se a predominância dos cultivos perenes (de ciclo longo), representados principalmente pelos citros, o equivalente a 45,97% do total da área. Em seguida vinham as pastagens, representadas por 27,51% da área, localizadas principalmente próximas à parte urbanizada da cidade. Observa-se que os cultivos temporários, em especial da cana-de-açúcar, possuíam baixa representatividade com 7,24% da área. O uso urbano consolidado representava 2,24% da área, enquanto o percentual de urbano não-consolidado era inexpressivo, com apenas 0,26%  da área total.
Já o mapeamento de ocupação e uso da terra de 1988 evidencia algumas tendências sócio-espaciais se delineando, como a redução dos cultivos perenes e das pastagens, aumento do cultivo temporário e o expressivo crescimento do uso urbano, tanto consolidado quanto o não-consolidado. Entretanto, o cultivo perene manteve sua hegemonia com 44,13% de ocupação da área total, seguido pela pastagem, com 23,45% da área de estudo. No mapeamento de ocupação e uso da terra de 1998 evidencia algumas tendências sócio-espaciais se delineando, como a redução dos cultivos perenes e das pastagens, aumento do cultivo temporário e o expressivo crescimento do uso urbano, tanto consolidado quanto o não-consolidado. Analisando os dados da tabela de evolução do uso da terra, percebe-se que o cultivo perene perdeu áreas sobretudo para o cultivo temporário que, por sua vez, ganhou áreas principalmente das pastagens e do próprio cultivo perene (tabela 6). Entretanto, o cultivo perene manteve sua hegemonia, com 44,13% de ocupação da área total, seguido pela pastagem, com 23,45% da área de estudo. No mapeamento de 1998 constata-se também o expressivo crescimento da classe urbano consolidado, ganhando áreas principalmente da pastagem que encontrava-se  à sua volta, nas imediações do loteamento Parque Egisto Ragazzo, nas proximidades da Rodovia Anhanguera. Percebe-se que o urbano não-consolidado ganhou áreas principalmente do cultivo perene e da pastagem.
Através do mapeamento de 1998 verificou-se também o expressivo crescimento do cultivo temporário sobre o cultivo perene, que por sua vez só ganhou áreas sobre a pastagem. Observa-se neste mapeamento que a pastagem perdeu áreas para praticamente todos os usos da terra, com exceção da água, onde curiosamente teve um ganho de menos de um hectare, possivelmente associado a algum açude que diminuiu sua área de cobertura. Assim, a demanda por novas áreas para introdução da cana-de-açúcar, bem como para implantação das chácaras de recreio reduziu o uso da pastagem, intensificando a utilização da terra por atividades mais lucrativas na sub-bacia.
Na mudança do século as transformações sócio-espaciais na sub-bacia se tornaram ainda mais acentuadas, consolidando assim as tendências verificadas nos anos anteriores. O mapeamento da ocupação e uso da terra em 2006 revelou que o cultivo temporário, representado principalmente pela cana-de açúcar, ultrapassou o cultivo perene,  que já vinha apresentando queda desde a década de 1970. O uso urbano não-consolidado, embora não tenha obtido um crescimento como na década anterior, manteve-se com a tendência de crescimento, mesmo com a legislação municipal restringindo esse uso no final da década de 1990.
A classe definida como mata ocupa, em 2006, cerca de 15,58% da sub-bacia, tendo sua localização restrita às margens dos canais fluviais e fundos de vale. Apesar de ter havido um pequeno aumento das áreas de mata, em comparação com o mapeamento anterior, pode-se observar, através da distribuição do uso da terra na área de estudo, que a cobertura vegetal foi retirada em várias propriedades, para a implantação de atividades agrícolas ou criação de loteamentos em situação irregular, tendo em vista a lei municipal nº 222 de 1999, que restringe o parcelamento do solo para fins residenciais na maior parte da sub-bacia. Constata-se assim a necessidade de uma maior preocupação do poder público em preservar as matas da sub-bacia, como condição para a manutenção dos recursos hídricos da área, que possui grande relevância ambiental, em virtude dos vários mananciais ali presentes.
Atualmente, a classe estabelecida como urbano não-consolidado, com 7,5% da área, mostra um considerável processo de urbanização na localidade. O cultivo perene mostra-se uma atividade decadente na área de estudo, tendo em vista que em 1978 ocupava 45,97% da área e em 2006 atingiu 27,02% da sub-bacia. De acordo com um produtor rural, com longa tradição no plantio da laranja, a cana-de-açúcar também não se mostra um cultivo promissor, primeiramente em virtude dos baixos preços de mercado.
Quanto ao cultivo temporário, representado principalmente pela cana-de-açúcar, observa-se um constante crescimento em sua área de extensão. De 1978 à 2006 o cultivo de cana-de-açúcar na sub-bacia aumentou de 7,24% para 34 ,77%, sendo o último período analisado (1998-2006).
O mapeamento de evolução das mudanças de uso da terra (mapa 6) evidencia que 37,7% da área de estudo teve uma mudança já no período compreendido entre 1978 e 1988, sendo considerado como o de maior proporção em relação as mudanças estabelecidas. Uma grande proporção constatada, de 29,6% da sub-bacia, refere-se às áreas onde não houve mudança de uso nos quatro mapeamentos realizados, ocupando áreas como uma porção dentro do perímetro urbano, representadas pelo uso urbano consolidado, pelos extensos cultivos de laranja, localizados em partes distintas da sub-bacia e pelas matas ciliares que permaneceram no local ao longo de 28 anos analisados. Para a década seguinte, estabelecida entre 1988 e 1998, foi observada uma mudança menor das classes de uso, com 20% da sub-bacia. Por fim, o último período analisado, entre 1998 e 2006, obteve uma proporção ainda menor de mudança de uso, com 11,9% da sub-bacia, mas foi nesse período que se constatou o mais expressivo crescimento da classe urbano não-consolidado, representado principalmente pelos loteamentos de chácaras de recreio.

Expansão urbana na sub-bacia

Dentre os motivos que justificam o crescente processo de urbanização da sub-bacia destaca-se a grande quantidade de vias de transporte existentes na área de pesquisa. Observa-se que empresas de pequeno e médio porte estão sendo instaladas na sub-bacia. É válido ressaltar que a implantação de “condomínios” fechados e chácaras de recreio na sub-bacia, vêm favorecendo o processo de expansão urbana classificando a sub-bacia como área periurbana. O autor da pesquisa acredita que o processo de expansão urbana na sub-bacia tende a aumentar, favorecendo os agentes dominantes e privando a população, das camadas mais populares, de apropriação efetiva do espaço, que se torna cada vez mais hostil às suas expectativas.

Matéria publicada originalmente na edição 74 Jornal Pires Rural, 31/05/2009-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

Logo

Logo
Há 13 anos revelando a agricultura familiar