Liberado para plantio pelo Governo Federal através de normas
impostas pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, maior
autoridade em biossegurança do país) o milho de tecnologia Bt (sigla para
Bacillus thuriengensis), pela qual um gene não existente na planta é inserido
no DNA de algumas variedades de milho está sendo plantado pela primeira vez no município
de Limeira.
De acordo com Gilberto Carlini da Carlini Assessoria em
Agronegocios de Artur Nogueira, “Quem plantou milho transgênico em nossa região
está fazendo testes com o produto, pois será a primeira safra com esse grão. Acredito
que houve uma adesão de 9 a
10% de produtores a essa tecnologia. Em minha opinião, o produtor vai se dar
bem e não vai querer trocar porque ele rende 20% a mais. Esse milho chega num
momento em que o produtor esta descapitalizado, quem tem laranja sofre com o
preço de venda, quem plantou milho sofre com a alta no preço dos adubos”.
Visitamos uma propriedade no bairro Nova Campinas, área
rural de Limeira, divisa com Cosmópolis, e lá encontramos o agricultor Neuton Bratfisch
que contou sua recém experiência com o milho de tecnologia Bt. São ao todo 46
anos lidando com a roça de milho e há 16 anos fazendo plantio direto em uma
área vizinha a sua residência. Neuton plantou 50 alqueires de milho transgênico
e 6 alqueires de milho convencional como borda, seguindo as normas passadas
pelos fornecedores de sementes. Na hora da colheita, foram misturadas as duas
variedades e entregue a um comprador de Sumaré. Ele conta, “eu uso adubo comum,
plantadeira comum, tudo o meu negocio é comum. Estamos no sistema antigo, não
fazemos aplicação de venenos e esse ano não foi diferente, tive uma quebra de
100 sacos no milho convencional e zero no transgênico. Estou calculando que
gastei cerca de R$12,00 para produzir cada saco. O milho colhido é robusto,
bonito, um ótimo resultado de 400 sacos por alqueires, enquanto do outro foi 340” .
Neuton está bem contente com o resultado obtido com a nova
variedade, espera plantar novamente na próxima safra. Na opinião do consultor
Gilberto Carlini diz “ao meu ver não existe outro caminho, se o produtor quiser
ter ganhos. Quem não plantar (a variedade de milho Trangênico) em 3 anos está
fora do mercado. Não terá uma safra rentável e nem sucesso economicamente”.
Ação transgênica
A missão dessa nova tecnologia é que a proteína Bt possa criar
toxinas inseticidas que matam três tipos de lagarta quando elas ingerem
qualquer parte da planta. Mas o assunto se torna polêmico quando levanta
questões que a tecnologia promete reduzir o número de aplicações de veneno nas
lavouras, e os riscos sobre os milhões de toneladas que não são transgenicos e vão
entrar na cadeia de produção de alimentos.
Um problema detectado na lavoura foi o risco real de
contaminação de plantações convencionais ou orgânicas por plantas transgênicas.
A possibilidade de uma planta polinizar outra cria dúvidas sobre as garantias
reais de que a lavoura convencional não receberá pólen transgênico.
O assunto traz também uma enorme ameaça para boa parte da
indústria de alimentos, cujo esforço tem sido de evitar a rotulagem de seus
produtos com o selo indicador de existência de transgênico, se enquadrando nos
limites de até 1% de organismos geneticamente modificados (OGM) na composição
dos alimentos processados.
O tema ainda envolve risco de perda de contratos (o que já
ocorreu com produtores de soja) e até o direito de produtores que não queiram
adotar a tecnologia de companhias multinacionais de biotecnologia, como
Monsanto, Syngenta, Bayer e outras.
Milho foi proibido na Alemanhã
O milho Bt Mon 810, tecnologia de propriedade da multinacional Monsanto, teve a autorização de cultivo revogada recentemente na Alemanha. Esse foi o sexto país da União Europeia, região que já havia aprovado o uso da tecnologia, a revogar a autorização para o plantio. Além de proibido em solo alemão, a autorização para o cultivo também foi suspensa em Luxemburgo, Hungria, Áustria, Grécia e França. O milho vetado pelo governo alemão possui o mesmo gene inserido no DNA de variedades de milho cultivado neste momento no Brasil. Em algumas regiões do Paraná, o plantio de milho com a tecnologia atingiu 40% da área plantada.
O milho Bt Mon 810, tecnologia de propriedade da multinacional Monsanto, teve a autorização de cultivo revogada recentemente na Alemanha. Esse foi o sexto país da União Europeia, região que já havia aprovado o uso da tecnologia, a revogar a autorização para o plantio. Além de proibido em solo alemão, a autorização para o cultivo também foi suspensa em Luxemburgo, Hungria, Áustria, Grécia e França. O milho vetado pelo governo alemão possui o mesmo gene inserido no DNA de variedades de milho cultivado neste momento no Brasil. Em algumas regiões do Paraná, o plantio de milho com a tecnologia atingiu 40% da área plantada.
A verdade é que não há tecnologia nova livre de risco. A
biotecnologia agrícola tem mostrado até agora que seus benefícios superam seus
riscos, com um detalhe, como cada transgênico é diferente do outro, o passado
não garante o futuro.
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…
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